Mário Coelho
O governador do Distrito Federal, Rogério Rosso (PMDB), eleito indiretamente no último sábado, garantiu nesta segunda-feira (19) que seu secretariado será composto unicamente por servidores de carreira dos governos local e federal. Em entrevista coletiva concedida no salão branco do Palácio do Buriti, o peemedebista disse que, apesar de não ter definido os nomes que vão ocupar as secretarias de Estado, já descartou a participação de políticos no Executivo. “O corpo do secretariado será técnico, pessoas eminentemente com perfil técnico”, afirmou Rogério Rosso.
A nomeação de servidores de carreira, porém, não é apenas um desejo administrativo de Rosso. Atende também a outro objetivo. Qualquer pessoa que assumir uma posição no Executivo neste momento, de acordo com a legislação eleitoral, não pode concorrer a cargos eletivos em outubro. Porém, até o momento, Rosso diz ter o secretariado “na cabeça”, mas ainda não definiu quem vai participar do governo. “O perfil técnico se justifica pelo fato de que temos muita coisa para fazer em pouco tempo. Os servidores de carreira já têm o caminho, conhecem a estrutura”, justificou.
Festa dos 50 anos
Na coletiva, Rosso respondeu a poucas perguntas. Uma delas se referia à festa de 50 anos de Brasília, que vai ocorrer na próxima quarta-feira (21). O Tribunal de Contas do DF (TCDF) cancelou as licitações para contratação de empresas de iluminação e sonorização. O novo governador soube disso no domingo. Ele afirmou que não aceitaria dispensa de licitação ou contrato emergencial. Uma solução foi encontrada. De acordo com o secretário de Cultura, Silvestre Gorgulho, empresários do setor resolveram bancar a produção da festa e doar ao GDF a organização. “A Daniela Mercury inclusive ligou para a gente preocupada com a questão, dizendo que viria de qualquer maneira”, disse Gorgulho. A cantora baiana é uma das atrações da festa programada para acontecer na Esplanada dos Ministérios.
Sobre as obras, o peemedebista disse que todas serão analisadas dentro de padrões técnicos e financeiros. Segundo Rosso, se houver disponibilidade no orçamento e o processo estiver de acordo com a lei, elas continuarão. Para ele, as vilas olímpicas, um dos projetos de campanha do ex-governador José Roberto Arruda, são fundamentais. Até o momento, somente uma está em funcionamento na região administrativa de Samambaia. “Se as outras estiverem contratadas regularmente, vão continuar”, disse. Projetos como o veículo leve sobre trilhos (VLT) no Gama e o novo Centro Administrativos serão estudados. “O novo centro é importante, mas não prioritário.”
O novo governador do Distrito Federal disse também que pretende fazer uma peregrinação em órgãos oficiais na tentativa de convencer o Judiciário de que a intervenção federal não é mais necessária. “Tenho muito respeito pela Procuradoria Geral da República, até mesmo por ser advogado. Mas quero apresentar os nossos argumentos ao procurador Roberto Gurgel”, afirmou. Para evitar que o tema volte à discussão na capital do país, o peemedebista garantiu que não vai usar de dispensas de licitação e contratações emergenciais no seu governo. De acordo com o inquérito 650DF, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), as modalidades eram usadas durante o governo Arruda para beneficiar empresas e abastecer o esquema de propina.
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