Um grupo de auditores fiscais criado pela Receita Federal começou a investigar cerca de 800 agentes públicos do Legislativo, do Executivo e do Judiciário suspeitos de terem cometido fraudes. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o objetivo da operação é mapear até o fim do mês 50 nomes – entre parlamentares, chefes de governo, juízes, procuradores e mesmo auditores fiscais – suspeitos de ter aumento patrimonial relacionado a crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e ocultação de bens.
Se encontrar indícios de crime fora do campo tributário, a Receita deverá encaminhar o caso para o Ministério Público e a Polícia Federal.
Leia também
De acordo com o Estadão, somente na Lava Jato, Ararath e Zelotes, a Receita instaurou 3.416 procedimentos fiscais que geraram R$ 14,7 bilhões em autuações em impostos, multas e juros não pagos. A análise de investigações anteriores por parte da Receita mostrou que, normalmente, as fraudes tributárias estão associadas a esquemas com a utilização de laranjas com a finalidade de ocultar o patrimônio e lavar dinheiro público desviado.
O Fisco vai se valer do seu banco de dados para mapear não só as transações financeiras e evolução patrimonial dos agentes como de todos os que mantêm algum tipo de relação com eles. Ao alcance da Receita estão informações sobre movimentações bancárias, vendas de imóveis, contratações de autônomos, movimentação com cartão de crédito, contratos de câmbios e todo tipo de dado sobre pessoas físicas e jurídicas.