Prestes a assumir a Procuradoria-Geral da República, a subprocuradora-geral Raquel Dodge, escolhida pelo presidente Michel Temer para ocupar o cargo de Rodrigo Janot, já tomou algumas decisões sobre sua gestão na PGR. Para começar, a nova procuradora-geral pretende dar um prazo de 30 dias para a saída da atual equipe da Lava Jato. A informação foi divulgada pela revista Época, que teve acesso à minuta da portaria que ainda será publicada por Dodge após sua posse, na segunda-feira (18).
Pela portaria, os principais nomes da atual equipe terão de formar um gabinete de transição, com duração de 30 dias, para passar as informações à nova equipe. De acordo com informações da reportagem, o atual coordenador do Grupo de Trabalho, o promotor Sérgio Bruno, o promotor Wilton Queiroz e os procuradores Fernando Alencar, Melina Montoya e Rodrigo Telles, atuarão nesse grupo de transição, conforme informações do repórter Aguirre Talento.
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Durante sua sabatina no Senado, Raquel Dodge não falou em trocas, mas disse que, se necessário, aumentaria as equipes responsáveis por operações do Ministério Público como a Lava Jato. Publicamente, a nova procuradora-geral havia anunciado que todos os integrantes da equipe comandada por Rodrigo Janot estavam convidados a permanecer na operação. Além disso, afirmou que uma das prioridades de sua gestão seria o combate à corrupção.
Para a nova equipe, Dodge vai nomear oito procuradores. Apenas Maria Clara Barros Noleto e Pedro Jorge do Nascimento fazem parte da atual equipe e permanecerão. Os demais serão Hebert Reis Mesquita, José Alfredo de Paula, José Ricardo Teixeira, Luana Vargas Macedo e Raquel Branquinho.
À reportagem, a assessoria de imprensa de Raquel Dodge informou que a nova PGR só vai decidir sobre a portaria na segunda à tarde, após sua posse, além disso, afirmou que parte dos procuradores do atual Grupo de Trabalho havia solicitado o desligamento.
Caberá à Raquel Dodge, entre outras tarefas, dar continuidade às investigações da Operação Lava Jato na sua parte mais sensível: aquela que envolve a participação de políticos, em especial aqueles com foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal. Encontram-se nessa situação desde o presidente Temer e vários de seus ministros até dezenas de deputados e de senadores.
Raquel ficou em segundo lugar na lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e foi indicada pelo presidente Michel Temer, que desde o início mostrou sua predileção pela subprocuradora. Temer foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção passiva em junho e, na última semana, por obstrução à Justiça e organização criminosa. É o primeiro presidente na história do país que responde a uma acusação criminal.
<< Sob elogios, Raquel Dodge é sabatinada e aprovada por unanimidade em comissão do Senado