Quadrilha de estelionatários se passava por assessores de parlamentares fictícios e roubaram aproximadamente R$ 40 milhões de cerca de 60 pequenos empresários e fazendeiros do Distrito Federal, Goiás, São Paulo, Mato Grosso e alguns estados da região Norte. Elias José da Silva, que agia em nome do deputado fantasma Doutor Ronaldo, foi preso ontem na Operação 3 por 1 da Polícia Federal.
Também foram presos: Miguel Carlos Alberto da Costa, André Cordeiro de Arruda, Raimundo Mendes Rodrigues dos Santos e Regina Celli Jorge Domingos. Outros seis integrantes do esquema, que também aplicavam o golpe em nome do senador fantasma Guimarães, estão foragidos.
Para praticar os golpes, os dois despertavam o interesse de pequenos empresários e fazendeiros afirmando que tinham um negócio dos mais lucrativos. Explicavam, que por trabalharem para políticos, possuíam sobras em dinheiro vivo da última campanha eleitoral dos chefes. Como pertenciam ao caixa 2, não podiam ser usados nem contabilizados em lugar algum. Por fim, diziam que não servia para nada nas mãos de "Sua Excelência".
Mas, garantiam os golpistas, o suposto caixa 2 poderia ser repassado. Desde que a vítima pagasse certa quantia. Na maior parte dos casos, a troca era feita na proporção de três por um (o que justifica o nome da operação). Ou seja, se fossem pagos R$ 100 mil, a pessoa receberia R$ 300 mil das "sobras" da campanha.
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A troca ocorria em hotéis do Setor Hoteleiro Sul, no Distrito Federal. À vítima era entregue uma maleta trancada e a combinação anotada em um pedaço de papel. Enquanto a pessoa tentava destravar a valise, o golpista aproveitava a deixa para fugir. Dentro da maleta, várias notas com uma faixa branca no centro informando que o dinheiro era sem valor.
"É um negócio tão tosco que não dá nem para falar em falsificação de moeda. Essas aí serviam para jogos, bingo, banco imobiliário, essas coisas", disse o delegado Wesley Almeida, da Delegacia de Crimes Fazendários da PF.