Renata Camargo
O Partido Verde (PV) oficializa hoje (10) a candidatura da senadora Marina Silva à Presidência da República. A legenda realiza durante todo o dia a Convenção Nacional do PV. Pela manhã, as discussões giraram em torno da plataforma de governo. Intitulado “Junto pelo Brasil que queremos”, o programa assume o compromisso com “a diversidade de orientações sexuais” e com a manutenção “da estrutura de sustentação da política macroeconômica” do governo Lula.
Sem entrar em detalhes, o documento evita tocar em assuntos delicados como o aborto e se posiciona discretamente sobre a homofobia, a intolerância aos homossexuais. No documento, o PV afirma que irá “lutar contra todas as formas de discriminação, como a homofobia, para garantir a cada grupo espaço próprio de participação política e de respeito e atenção às suas demandas específicas”. “Não podemos nos reivindicar uma sociedade plural se não assumirmos de forma integral o direito à diversidade de orientações sexuais”, diz.
Veja aqui a íntegra do programa de governo da candidata Marina Silva
Em termos de política econômica, o programa prevê manter “metas de inflação, responsabilidade fiscal e câmbio flutuante” adotadas pelos últimos governos. Defende também uma reestruturação tributária e a reforma da Previdência, para tratar de três segmentos: “os jovens que ainda não ingressaram no mercado de trabalho; os adultos do setor privado e do funcionalismo que estão na ativa; e os idosos que já estão aposentados”.
O programa aponta também como diretriz o estímulo à geração de “empregos verdes”, calcados em uma economia sustentável, a gestão estratégica dos recursos naturais não renováveis e o agronegócio sustentável, direcionado ao aumento de produção pelo ganho da produtividade e uso das áreas já desmatadas. Segundo o programa, o governo do PV irá priorizar o saneamento básico e se empenhar na preparação do país para a Copa do Mundo, as Olimpíadas de 2016, no Rio, e a Convenção Internacional Rio + 20.
No documento, o PV sugere ainda a implantação de uma nova estrutura institucional da segurança pública, mas não cita diretamente a criação de um ministério para tratar somente desse tema. O texto propõe também que o Estado “se torne mais eficiente, que evite o desperdício e que mobilize as forças criativas e o empreendedorismo dos brasileiros”.
Entre os compromissos de campanha, o PV inclui a transparência na arrecadação e aplicação de doações, a neutralização das emissões de carbono da campanha, a participação em debates e o não ataque pessoal de qualquer tipo. “Nenhum ataque ou ofensa pessoal será dirigida a qualquer candidato, bem como qualquer forma de obtenção de informação que violem os marcos do estado democrático de direito”.