A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (PT-SC), criticou a iniciativa do atual presidente da Casa, Gabibaldi Alves (PMDB- RN), de concorrer à eleição para o cargo na próxima legislatura. A senadora, consultada pelo Congresso em Foco, afirmou que a candidatura de Garibaldi seria uma "ilegalidade" e que, apoiando a iniciativa do parlamentar, o PMDB dará mostras de que quer estender as negociações.
"Isso é ilegal. Não existe reeleição no Senado. E ele (Garibaldi) mesmo tendo assumido após a renúncia de Renan, foi eleito pelo plenário da Casa", sustentou a senadora. Ideli Salvatti disse ainda que o PMDB parece um partido sem candidato. "Eles passaram semanas dizendo que lançariam um candidato sem nome. E depois surgem com um candidato ilegal. Me parece é que o PMDB não tem um nome", criticou.
Garibaldi Alves anunciou ontem (12) à imprensa que pretende apresentar seu nome como candidato do PMDB à presidência. Ele fará o pleito oficialmente à legenda na próxima quarta-feira, dia 17.
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O atual presidente da Casa lança esse projeto apoiado, principalmente, em dois pareceres jurídicos, ainda informais, que sustentam que, por não ele não ter concorrido ao cargo em 2007, poderia, sim, se laçar como candidato à presidência em 2009. O parlamentar assumiu a cadeira em dezembro de 2007, após seu companheiro de partido, Renan Calheiros (PMDB-AL) renunciar para evitar a cassação do mandato.
Candidatura suprapartidária
O anúncio da intenção de Garibaldi soou mal dentro do PT. O partido defende a candidatura do senador Tião Viana (PT-AC), articulada há semanas com integrantes de outras legendas. "A candidatura do Tião é suprapartidária. Conseguimos o apoio de senadores como o Osmar Dias (PDT-PR), que sempre se posiciona de maneira independente, e Renato Casagrande (PSB-ES). Esperamos ainda a resposta do PR", ostentou a senadora.
Ideli Salvatti aproveitou para, desde já, alfinetar o possível candidato. "O que o PMDB quer é ganhar tempo para conversar. Porque eles falaram uma, duas, três, várias vezes, que teriam um candidato sem nome. Aí, lançam um candidato que já feriu a Constituição devolvendo uma MP sem consultar o plenário e agora parece querer repetir comportamento afrontoso à legislação." (Daniela Lima)