Se o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), negar o recurso para impedir o fim do encerramento da CPI dos Correios, apresentado ontem à noite pelo PT, o partido está disposto a ir até o Supremo Tribunal Federal (STF). "Vamos ao Supremo, sim", avisou o deputado Jorge Bittar (PT-RJ) ao Congresso em Foco.
Bittar cita vários casos de desrespeito ao regimento interno do Congresso que justificariam a anulação da sessão de ontem que aprovou o relatório final do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR):
1) votação sem discussão dos 37 votos em separado apresentados;
2) votação sem apresentação dos 37 votos em separado;
3) o não-respeito às questões de ordem levantadas pelos integrantes da comissão;
4) votação do relatório com a Ordem do Dia já iniciada (durante o período de votações em plenário às comissões têm que suspender suas atividades), e
5) não-homologação da ata da sessão.
"O regimento foi desrespeitado. Não se garante a aprovação do relatório dessa forma", queixou-se José Eduardo Cardozo (PT-SP), que entregou o recurso à Mesa da Câmara ontem. Da Câmara, o recurso será despachado para a Mesa do Congresso, presidida por Renan, pois a CPI dos Correios é mista.
Leia também
"O relator tinha a obrigação de justificar as mudanças ao seu relatório antes da aprovação", criticou Bittar, um dos mais revoltados ontem com a condução dos trabalhos pelo presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS). Bittar chegou a xingar Delcídio, que prometeu encaminhar uma representação contra o deputado do seu partido ao Conselho de Ética.
Entre os petistas, a queixa contra Delcídio foi geral. "Não me cabe avaliar a conduta dele (Delcídio) como membro do PT, mas, como presidente da comissão, ele errou", criticou Cardozo.
Delcídio e Serraglio marcaram uma coletiva de imprensa esta tarde para explicar quais foram as mudanças feitas no relatório final.
Deixe um comentário