A bancada petista na Câmara lançou hoje (5) oficialmente o nome de Arlindo Chinaglia (PT-SP) para concorrer à presidência da Casa. O cargo será disputado em fevereiro de 2007, no início da nova legislatura. A legenda sustenta que não se trata de uma candidatura, mas uma sugestão para os partidos da base. Toda essa cautela deve-se ao fato de o postulante natural ao cargo, o atual presidente Aldo Rebelo (PCdoB-SP), contar com a simpatia do Planalto.
Em 2005, faltou habilidade ao PT, maior bancada da Casa na época e com direito a indicar o presidente, para escolher entre os petistas José Eduardo Greenhalgh (SP) e Virgílio Guimarães (MG). Os dois perderam a disputa e venceu a zebra de Severino Cavalcanti (PP-PE), rei do chamado “baixo clero” – grupo de deputados com pouca expressão.
Desta vez, porém, os petistas descartam que as candidaturas de Chinaglia e Aldo, ambas pró-governo, possam levar a um novo fiasco. A expectativa, segundo a bancada, é articular o lançamento de apenas um nome apoiado pelo Planalto.
“Deve ser um processo de muito diálogo. Ao oferecer o nome de Arlindo, não estamos desvalorizando nenhum nome. Uma bancada que busca o diálogo não pode vetar nem ser vetada”, disse o líder do PT na Câmara, Henrique Fontana. “Sou otimista quanto a uma construção com Aldo Rebelo”, afirmou Chinaglia.
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Questionado se estava incomodado pelo fato de não ter recebido apoio formal do Planalto, Chinaglia foi cuidadoso. “O presidente não se manifestou em nenhum sentido. Não cabe avaliar o que o presidente da República deixa ou não de fazer. Mas a liderança partidária está em contato com o governo”, declarou o petista, que é líder do governo na Câmara. Já Fontana destacou várias vezes que, ao contrário da eleição do ano passado, a decisão sobre o nome escolhido conta com o apoio de toda a bancada. “Foi uma decisão por aclamação”, Fontana.
Chinaglia afirmou que vai buscar até mesmo o apoio da oposição. Outro partido que ele pretende atrair é o PMDB, que reivindica a presidência por ter elegido a maior bancada para 2007. Ele disse considerar legítimo o pleito do partido, mas ressaltou que seria ideal se a base lançasse apenas um candidato. “A vida política não se faz só dos números, leva em conta o fato de termos uma gestão estável na Câmara.”
Aumento de salários
O petista afirmou que defende um reajuste no vencimento dos parlamentares, mas frisou que o assunto é de responsabilidade do atual presidente. “A bancada do PT é favorável ao reajuste da inflação. Eu sou favorável dentro de um limite negociado e de acordo com realidade nacional”, afirmou Chinaglia. (Diego Moraes)
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