O PT entrou com uma representação no Conselho de Ética do Senado contra o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) por ter insinuado publicamente que o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) estava sob efeito de drogas durante uma das sessões do julgamento da ex-presidente Dilma. O presidente do colegiado, João Alberto Souza (PMDB-MA), pediu à advocacia do Senado um parecer prévio sobre o caso para decidir se dá início ou não ao processo.
Na sessão de 25 de agosto, quando o Senado começou a julgar Dilma, Caiado sugeriu que Lindbergh estava drogado durante um bate-boca. “Tem que fazer antidoping. Fica aqui cheirando, não”, disse o líder do DEM na ocasião.
Em nota, o senador goiano disse que reagiu a uma provocação do atual líder da oposição. “Essa ação do PT não está cheirando bem. Não foi praticada qualquer conduta incompatível com o decoro parlamentar. Foi um debate duro, que se limitou a reagir de forma imediata, proporcional, num ambiente politicamente conflagrado a várias provocações perpetradas por Lindbergh e seus aliados”, afirmou por meio de nota.
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A discussão começou quando a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) declarou que “metade do Senado” não tinha moral para julgar a então presidente afastada.
Caiado interrompeu a senadora petista e disse que ele e seus colegas não eram “assaltantes de aposentados”. “É [assaltante] de trabalhador escravo”, respondeu a petista, em alusão a denúncias contra parentes do senador, que é produtor rural.
PublicidadeLindbergh acusou Caiado, então, de ter ligações com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, pivô da cassação do ex-senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO). Foi então que o líder do DEM sugeriu que o petista fizesse exame antidoping.
Não foi a primeira vez que Caiado fez esse tipo de acusação contra Lindbergh. Em julho, os dois também bateram boca durante uma votação. O senador fluminense chamou o goiano de “cara de pau” por mudar de posição em relação a um projeto que previa o reajuste dos servidores da Defensoria Pública.
Caiado respondeu de maneira indireta e ressaltando que falava como médico – não apenas como parlamentar. “Eu tenho notado que ele, ultimamente, está salivando muito, com as pupilas muito dilatadas. Ele deveria, primeiro, apresentar em que condições está aqui no plenário para poder aqui, sim, enfrentar um debate de conteúdo”, atacou.