Rodolfo Torres
O presidente Lula e as cúpulas do PT e do PMDB se reúnem em jantar nesta noite em busca de um acordo para marcharem juntos nas eleições presidenciais de 2010. O jantar, marcado há duas semanas, será realizado no Palácio da Alvorada, em Brasília, a partir das 20h30 (leia mais).
“Não há justificativa nem política nem moral para num momento desse negar-se a participar das eleições do ano que vem”, afirmou o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ao defender hoje a aliança nacional entre os dois partidos.
O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), é um dos cotados para ser vice na chapa encabeçada pela ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT ao Planalto. “Não há nomes ainda, vamos esperar a reunião de hoje. Pode ser, pode não ser, mas é natural que, como presidente da legenda, ele é o nome que mais agrega”, afirmou o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Álves (RN), à Agência Brasil.
Henrique ressalta que a aliança entre peemedebistas e petistas não será efetivada nos estados em que os partidos são tradicionais adversários, como é o caso da Bahia e do Rio Grande do Sul. “A solução encaminhada, e mais respeitosa, nesse caso, são dois palanques. Um para a Dilma e outro para o vice do PMDB”, afirmou o líder peemedebista.
Em setembro passado, Temer destacou que a tendência do partido seria acompanhar o candidato do Planalto, uma vez que o PMDB faz parte do governo.
“O PMDB está no governo e a tendência é fazer um acordo eleitoral com o candidato do governo. Se não houver esse acordo eleitoral, o PMDB tem de sair do governo. Não tem outra solução. Não pode continuar no governo para depois fazer uma outra espécie de composição. Por isso que eu disse: nós temos de ter pré-definições desde agora. Não podemos esperar para mais tarde. Esperar a convenção em junho do ano que vem? Aí fica aético para o PMDB”, afirmou Temer.
Naquela ocasião, o presidente da Câmara recebeu o presidente do diretório paulista do PMDB, Orestes Quércia. Aliado declarado do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), pré-candidato tucano ao Planalto, Quércia afirmou que o apoio de Temer à candidatura de Dilma era “precipitado”.
“Nós estamos fechados com a perspectiva da candidatura Serra. Eu tenho profundas restrições ao governo do senhor Lula. Um governo que deixa muito a desejar. Um governo que não faz obras, que não sabe fazer obras”, afirmou o ex-governador paulista.
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