O diretório do Partido dos Trabalhadores em Brasília está convocando apoiadores do ex-presidente Lula para protestarem contra as ações da Polícia Federal no próximo domingo (13). O ato será na Rodoviária de Brasília, a pouco mais de dois quilômetros da manifestação pró-impeachment no gramado do Congresso Nacional, marcada desde dezembro de 2015. Além da capital federal, estão programados atos em diversas localidades do Brasil.
Para evitar confrontos, o governo colocou os militares das Forças Armadas de prontidão. A Aeronáutica adiou o evento da troca da bandeira na Praça dos Três Poderes, que acontece no primeiro domingo do mês, para o dia 13. Os militares, porém, negam que a mudança tenha relação com os protestos. Segundo apuração do jornal O Globo, a Força Aérea estava mobilizada para realização da “Corrida da Paz”, do dia 21 de fevereiro, e não teve tempo para treinar os militares para a troca da bandeira.
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Na sexta-feira (4), após o discurso de Lula sobre a condução coercitiva a que foi submetido, cerca de 400 manifestantes foram até a sede da Rede Globo, em Brasília, e impediram o fluxo de funcionários da emissora, travando a porta de entrada. Houve tumulto e a polícia precisou usar spray de pimenta e gás lacrimogêneo para conter os manifestantes.
No Rio de Janeiro, cerca de 100 partidários de Lula, incluindo a filha dele, Lurian Cordeiro Lula da Silva, também protestaram em frente à sede da emissora. Em Paraty, no litoral carioca, onde a família Marinho, proprietária da Rede Globo, possui uma casa de praia, manifestantes pró-PT também fizeram um ato a favor de Lula. Além de cartazes e faixas, os manifestantes levaram a réplica de uma jararaca para o protesto. A cobra lembrava a frase de Lula dita após a condução coercitiva afirmando que “se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo. A jararaca está viva”.
Por outro lado, em São Paulo, reduto brasileiro do anti-petismo, manifestantes pró-impeachment promoveram uma carreata para chamar a atenção da população para o próximo domingo. Cerca de 60 carros decorados com bandeiras do Brasil participaram do ato, que também contava com bonecos retratando Lula como presidiário.
Os ânimos entre apoiadores e críticos do PT se acirraram na sexta-feira (4), quando a Polícia Federal levou o ex-presidente Lula para prestar depoimento coercitivamente. A 24ª etapa da Operação Lava Jato, batizada de Aletheia, palavra grega que remete a verdade e revelação do que está oculto, investiga se o pecuarista José Carlos Bumlai, preso desde novembro, e empreiteiras beneficiaram o ex-presidente por meio do sítio de Atibaia e do tríplex no Guarujá.
O Ministério Público Federal aponta Lula como um dos principais beneficiários do esquema conhecido como petrolão, que desviou recursos da Petrobras. De acordo com os procuradores, há evidências de que Lula recebeu repasses do petrolão por meio de favores de empreiteiros. O MPF apura também os pagamentos ao ex-presidente feitos por empresas investigadas na Lava Jato a título de doações e palestras.
Lula, por sua vez, nega todas as denúncias e acusa diz que “merecia um pouco mais de respeito” da Polícia Federal. O ex-presidente foi quem convocou os petistas a irem às ruas para defender o partido. O próprio líder do partido afirmou que vai percorrer o país para lutar pela sua história e pela história do PT.
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