A filósofa e escritora Márcia Tiburi deve ser a candidata do PT ao Palácio Guanabara nas eleições de outubro. Ela assumirá a candidatura no lugar do ex-ministro Celso Amorim, cotado para vice de Lula nas próximas eleições.
De acordo com o jornal fluminense Extra, a decisão foi anunciada na última sexta-feira (25), em um encontro de parlamentares de esquerda na casa do antropólogo Luiz Eduardo Soares. O ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa nos governos Lula e Dilma já foi cogitado como “Plano C” do partido à Lula, que está preso há quase dois meses. O mais cotado para a vaga, no entanto, é o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad.
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Márcia é professora de filosofia e escritora. Entre seus últimos livros publicados estão Feminismo em comum – Para todas, todes e todos” e Como conversar com um fascista.
No início deste ano, a filósofa abandonou um debate em uma emissora de rádio gaúcha ao descobrir que o outro debatedor era Kim Kataguiri, principal líder do Movimento Brasil Livre (MBL). “Não converso com pessoas indecentes, perigosas”, disse a filósofa enquanto deixava o estúdio da rádio Guaíba de Porto Alegre.
PublicidadeNo dia seguinte, ela publicou uma carta direcionada ao jornalista Juremir Machado, que conduziria o debate, para explicar por que abandonou o programa. “Tenho o direito de não legitimar como interlocutor pessoas que agem com má-fé contra a inteligência do povo brasileiro ao mesmo tempo em que exploram a ignorância, o racismo, o sexismo e outros preconceitos introjetados em parcela da população”, escreveu, explicando sua decisão de não debater com Kataguiri.
O nome de Celso Amorim foi ventilado, antes da prisão de Lula, como o possível “Plano C” do PT para a eleição à Presidência da República. O nome de Amorim foi citado logo após a operação Cartão Vermelho, que realizou busca e apreensão na casa do ex-governador da Bahia. Sob a mira da Justiça, Wagner, que era citado como uma alternativa caso Lula seja de fato impedido de concorrer, viu seu nome perder força.