O PSTU pediu à Justiça eleitoral que abra uma investigação especial para apurar a legalidade de doações feitas por empresas suspeitas de participar do cartel do Metrô e da CPTM para as campanhas do governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição, e do ex-governador José Serra (PSDB), que concorre ao Senado. O partido também solicita, em caráter liminar, que essas empresas sejam proibidas de doar para eleições em São Paulo e que os valores repassados por elas até o momento sejam bloqueados.
A representação do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado tem como base reportagem do UOL, que revelou que Alckmin recebeu R$ 4 milhões em contribuições de três empresas investigadas por fraudes e formação de cartel em licitações do metrô de São Paulo e do Distrito Federal. O valor doado pelas construtoras Queiroz Galvão, CR Almeida Engenharia e Serveng Civilsan corresponde a 70% dos R$ 5,7 milhões declarados pelo tucano na primeira parcial da prestação de contas. Os oposicionistas também alegam que Serra recebeu R$ 1,6 milhão de empresas investigadas.
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No pedido de investigação, o PSTU argumenta que, apesar das suspeitas e de estarem proibidas de participar de obras dessa natureza no estado, as empreiteiras seguem financiando campanha de candidatos tucanos que estavam no governo paulista quando as irregularidades ocorreram.
“Essa situação é lamentável e é só mais uma demonstração do absurdo que representa o financiamento por empresas às campanhas eleitorais. Na verdade, empresas não doam e sim fazem um ‘investimento’, que os políticos dos partidos que estão sempre nos governos vão retribuir posteriormente com obras superfaturadas e isenções fiscais”, argumenta o partido na representação assinada pelos candidatos Ana Luiza Figueiredo, que concorre ao Senado, e Toninho Ferreira, que disputa uma vaga na Câmara.
Quando as doações foram reveladas, a assessoria de Alckmin divulgou nota em que dizia que todas as contribuições ao candidato respeitavam a Constituição, que permite a qualquer pessoa física ou jurídica, que esteja de acordo com as normas, participar do processo eleitoral. As construtoras também alegaram que as doações foram feitas de forma legal.