O Psol pediu oficialmente a cassação do mandato do deputado Nelson Meurer (PP-PR), o primeiro a ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal na Operação Lava Jato. A representação foi apresentada pelo partido, nesta quarta-feira (13), ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Meurer foi condenado no último dia 29 a mais de 13 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.
“O fato de, provavelmente, a representação só ter sua apreciação concluída ao fim do mandato do deputado, que não se recandidatará, não desobriga os partidos políticos de zelarem pela ética parlamentar”, defendeu o líder da bancada, Chico Alencar (RJ). “Aliás, a PGR [Procuradoria Geral da República], na mesma linha, deveria enviar imediatamente para a Câmara uma terceira denúncia contra Temer, por mais que seu mandato esteja terminal”, acrescentou.
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De acordo com o processo que resultou em sua condenação, Meurer recebeu, entre 2006 e 2014, R$ 29 milhões dos R$ 62 milhões destinados ao PP. Segundo a PGR, o dinheiro teve origem em contratos da Petrobras e consistia em repasses por empresas fictícias operadas pelo doleiro Alberto Youssef e por intermédio de Paulo Roberto Costa. O PP, conforme a denúncia, recebeu R$ 357,9 milhões em propinas de contratos da Petrobras.
“Trata-se do primeiro condenado pela mais alta corte brasileira no âmbito da Operação Lava Jato. Não há que se falar em falta de provas, ou de evidências, visto que tal matéria já foi apreciada pelo Poder Judiciário, que concluiu ser o deputado Nelson Meurer culpado dos crimes acima mencionados”, diz trecho da representação apresentada pelo Psol ao Conselho de Ética.
Além de Meurer, a Câmara tem outros três deputados condenados: João Rodrigues (PSD-SC), que exerce o mandato de dia e cumpre a pena à noite, Paulo Maluf (PP-SP) e Celso Jacob (MDB-RJ), que estão presos. O Conselho de Ética ainda não examinou o pedido de cassação deles.
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