Um nome alternativo aos de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e do Delegado Waldir (PSL-GO) pode ser apresentado pela executiva nacional do PSL para tentar pôr fim à briga de listas em torno da liderança do partido na Câmara e, assim, pacificar a relação entre o partido e o governo. A informação é do deputado Júnior Bozzella (SP), que é ligado ao presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, e contou que os deputados vão tentar chegar a um consenso sobre esse nome nesta terça-feira (22). Não vão participar dessa negociação, contudo, os 19 deputados bolsonaristas que serão suspensos pelo PSL.
> Estreia de Eduardo na liderança do PSL tem nova guerra de listas e destituições
Bozzella contou que a ideia de tentar construir uma unidade em torno de um terceiro nome já vinha sendo admitida pelo próprio Delegado Waldir, que abriu mão da liderança do PSL na Câmara nesta segunda-feira (21) dizendo que havia um acordo com o governo para que o novo líder fosse escolhido através de uma eleição. O líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (GO), contudo, negou esse acordo e apresentou uma lista de assinaturas para que Eduardo Bolsonaro assumisse a liderança do partido, o que deflagrou mais uma guerra de listas entre Eduardo e Waldir.
Leia também
“Houve uma tentativa de acordo. Como o governo rompeu o acordo, a gente deu sequência ao que estava programado: a suspensão e a lista do Waldir. Mas, ao contrário do governo que parecia querer pacificação e não quis, a gente vai trabalhar no sentido de tentar buscar dentro do nosso grupo, entre os que estão habilitados a opiniar, um novo líder. Um nome alternativo, que esteja fora da linha de frente desse conflito, e não desagrade o governo”, contou Júnior Bozzella.
> PSL promete suspender 19 deputados bolsonaristas
As negociações em torno desse nome devem se intensificar nesta terça-feira (22), quando o PSL suspender os 19 deputados considerados infiéis ao partido. “Será mais simples com menos deputados Vamos ouvir os deputados que poderão participar do processo e fazer a escolha. Vamos buscar um consenso porque o país precisa voltar a andar”, disse Bozzella, que prefere não colocar o próprio nome como uma opção nesta negociação e também não adianta quais nomes estão sendo avaliados. “Temos vários nomes qualificados, mas precisamos do melhor nome para o momento. Eu defendo um nome que não esteja na linha de tiro. Vamos fazer uma análise para não criar mais nenhum motivo de rusga. E vamos ver se o governo tem maturidade para entender isso”, declarou o deputado.
PublicidadeEle admite, contudo, que a decisão do governo de insistir da condução de Eduardo Bolsonaro para a liderança do partido pode atrapalhar essa “pacificação” de entendimentos. E ressalta que não tem nada contra o nome de Eduardo, mas à forma como o governo conduziu essa negociação sobre a liderança do PSL na Câmara. “A forma como o governo atuou para emplacar Eduardo foi totalmente antidemocrática. Teve uma quebra de poderes porque esta é uma deliberação da bancada. A bancada tem poder para escolher seu líder de forma legítima”, explicou. E é por isso que Bozzella admite que novas listas podem ser protocoladas para tentar tirar Eduardo da liderança do PSL, sejam elas a favor do Delegado Waldir ou desse terceiro nome que será avaliado pela bancada.
> Deputados bolsonaristas apelam ao STF contra suspensão no PSL