A Folha de S. Paulo publicou na edição de hoje reportagem que informa a intenção do PSDB de unificar as Secretarias de Segurança Pública e de Administração Penitenciária de São Paulo em uma pasta só, caso José Serra seja eleito governador do estado. A informação foi dada pelo candidato a vice-governador na chapa de Serra ao Palácio dos Bandeirantes, Alberto Goldman.
“Como a área prisional continua sendo um problema de segurança pública, ela vai ser entre nós discutida. Elas [Administração Penitenciária e Segurança] se imbricam atualmente. Portanto, nosso debate deve passar pelo tema”, afirmou Goldman.
Após a eclosão da primeira onda de ataques da facção criminosa PCC, em maio passado, veio ao público uma crise entre o secretário da Segurança, Saulo de Castro Abreu Filho, e o então titular da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, que culminou na demissão do último.
A posição de Goldman, que ele ressalva não ter ainda total anuência de Serra, é praticamente a mesma defendida pelo ex-governador Orestes Quércia, novamente candidato ao Palácio dos Bandeirantes. O vice do tucano foi secretário da administração do peemedebista no Estado.
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Para Goldman, Administração Penitenciária e Segurança seriam áreas separadas se o sistema prisional estivesse completamente isolado da sociedade e funcionasse no trabalho de ressocialização dos detentos. “Não é isso que estamos vendo, até pela eficiência da polícia, que prendeu muita gente no combate ao crime.”
Fator Saulo
Apesar de o secretário da Segurança nunca ter sido um tucano do grupo de Serra, a ala do partido mais próxima do candidato ao governo está coletando dados para defender sua gestão durante a campanha.
O principal ponto da campanha nesse sentido serão estatísticas que, segundo os tucanos, apontam a redução da criminalidade no Estado. Em seguida, virão os ataques ao PT.
Um dos mais fiéis aliados de Serra, Goldman critica a atuação do governo federal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no combate ao crime organizado. “Um Estado não pode brigar sozinho se a questão do tráfico, um dos motores da violência, não encontrar uma resistência eficaz nas fronteiras do Brasil”, diz.
Pirotecnia
O deputado estadual Renato Simões (PT), no entanto, diz temer que o atual secretário tucano promova “um banho de sangue” para justificar a ineficiência contra o crime organizado. “Um dos riscos deste período eleitoral é que, para justificar sua incompetência, o Estado se utilize de pirotecnias e mate civis a torto e a direito.”
Para ele, os tucanos falharam no combate ao PCC. “Ficaram enxugando gelo.”