Mário Coelho
Líderes do PSDB na Câmara e no Senado anunciaram nesta sexta-feira (20) que vão começar a recolher assinaturas para a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. ?Não podemos ficar insensíveis diante da repercussão desse escândalo. O partido tem que buscar todos os instrumentos?, disse o líder do partido no Senado, Álvaro Dias (PR). Para a CPMI ser criada, são necessárias 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado.
A coleta de assinaturas deve começar na próxima semana. Os tucanos, que anunciaram a decisão no Twitter, querem investigar a denúncia publicada pelo jornal Folha de S. Paulo no último domingo. De acordo com o periódico, o ministro da Casa Civil multiplicou por 20 seu patrimônio nos quatro anos em que esteve na Câmara como deputado. Além disso, a Projeto Administração de Imóveis, empresa do petista, foi criada como consultoria e virou administradora de imóveis dois dias antes dele chegar ao ministério.
Palocci diz que declarou à Receita evolução patrimonial de 20 vezes
Hoje, a Folha trouxe matéria afirmando que a empresa de consultoria do ministro da Casa Civil faturou R$ 20 milhões no ano passado, quando ele era deputado federal e atuou como principal coordenador da campanha de Dilma Rousseff à Presidência da República. Segundo duas pessoas que examinaram números da empresa e foram ouvidas pelo jornal, o desempenho do ano passado representou um salto significativo para a a consultoria, que faturou pouco mais de R$ 160 mil no ano de sua fundação, 2006.
Desde a publicação da primeira denúncia, a oposição tem tentado convocar Palocci para prestar depoimento no Congresso. No entanto, as primeiras tentativas foram fracassadas, já que a base governista conseguiu barrar requerimentos de convocação. Ontem, o líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA), entrou com uma proposta de fiscalização e controle (PFC) em cinco comissões diferentes para investigar o chefe da Casa Civil. Na terça-feira (17), o PPS entrou com uma representação na Procuradoria Geral da República (PGR) pedindo uma investigação sobre o caso.
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