Depois de um mês e meio de indefinição, o PSDB anunciou que mantém o senador Tasso Jereissati (CE) na presidência do partido. No entanto, o senador Aécio Neves (MG) permanece, conforme informaram os dois dirigentes partidários, como presidente licenciado. Mas quem vai estar à frente das decisões da legenda é o senador cearense. Aécio se afastou das atividades partidárias em 18 de maio, depois da divulgação das delações da JBS.
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“Agora nossa prioridade é o futuro do partido. É a reorganização do partido, o futuro do partido. A reconexão com setores da sociedade com os quais nós sempre fomos extremamente próximos”, afirmou Aécio Neves. Os senadores informaram que, até o fim do ano, o partido para por uma renovação, com eleições dos diretórios estaduais, da executiva nacional e opção por um pré-candidato ao pleito de 2018.
PublicidadeMais uma vez, os parlamentares se abstiveram de dar uma resposta sobre a permanência na base governista. “Fala-se em cargos, ministérios, mas isso é uma questão secundária, que cabe ao presidente da República, que fará o que considerar mais adequado em relação aos cargos do PSDB. Essa não é uma preocupação”, disse Aécio.
Jereissati se esforçou em reforçar a imagem de unidade no partido. “Nós vamos continuar apoiando todos os projetos que são de interesse do país, como as reformas. O que não precisamos é de cargos. E nada muda nossa posição em relação ao que é melhor para o Brasil”, disse o senador que já havia defendido, anteriormente, o desembarque do governo e a entrega dos cargos. “Nossa principal discussão hoje é a unidade do partido, o futuro do país. O PSDB não faz questão de ministérios”, reafirmou.
Os dois minimizaram o racha do partido em relação ao apoio ao governo e à divisão expressada na votação da denúncia contra Michel Temer na Câmara na noite desta quarta-feira (2), quando 21 parlamentares votaram contra o presidente e 22 foram pró-Temer. “Aquilo que alguns veem como algo negativo, que foi o resultado dividido da bancada na Câmara dos Deputados, eu vejo como virtude do PSDB. Não é algo programático, mas de convicção e mesmo de consciência. Então não houve indução, pressão, deliberação de qualquer instância partidária superior determinando que a votação fosse nessa ou naquela direção”, explicou Aécio.
Pedido de prisão
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reiterou as acusações ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) e voltou a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão tucano em 31 de julho. No despacho ao STF (leia a íntegra), Janot sugere como alternativa à detenção, “em caráter subsidiário, medidas cautelares como o afastamento do senador do exercício do mandato parlamentar e o uso de dispositivo pessoal de monitoramento eletrônico (tornozeleira)”. Aécio foi gravado pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, um dos donos do Grupo JBS e delator de diversos esquemas de corrupção envolvendo políticos de primeiro escalão. Um deles é o presidente Michel Temer (PMDB), que passou à condição de denunciado no Supremo devido às revelações de Joesley.
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