O PSDB de Minas Gerais lançou, na tarde desta segunda-feira (14), a pré-candidatura do senador Antonio Anastasia (MG) ao governo do estado. O anúncio foi feito em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, e reuniu membros dos mais variados ramos da sociedade civil e lideranças políticas. Uma ausência marcou a solenidade: a do senador Aécio Neves (MG), que é réu na Operação Lava Jato por corrupção passiva e obstrução de Justiça e investigado em quase uma dezena de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF). Aécio é um dos principais aliados de Anastasia em Minas.
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O presidente do PSDB em Minas, deputado Domingos Sávio, em discurso, repassou recado de Aécio, que teria justificado sua ausência com compromissos no estado, além ter afirmado que continuará tentando provar sua inocência. Anastasia, que não citou as acusações contra o colega, disse que Aécio decidirá “a seu tempo e hora” se será candidato nas eleições em outubro.
Nos bastidores, Anastasia já manifestou o desejo de que seu correligionário se retire espontaneamente da corrida eleitoral. A interlocutores, o pré-candidato afirmou não querer subir ao palanque com o risco de ter que dividir espaço com o colega de Senado, que tem sua imagem associada a sucessivos e recentes escândalos de corrupção e tem manchado a imagem do partido, do qual foi presidente até ser alvejado por diversas denúncias.
Anastasia responde a dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) abertos com base em delações da Odebrecht na Lava Jato. O senador é suspeito de receber vantagens indevidas em forma de doações de campanha eleitoral. Segundo delatores, a empreiteira doou R$ 1,8 milhão em 2009 para a campanha do tucano ao governo de Minas Gerais a pedido de Aécio. Em 2010, ano da eleição, os colaboradores informaram que os repasses chegaram a R$ 5,47 milhões.
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