“Foi uma escolha da bancada colocá-lo à frente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias. E nós do PSC entendemos que ele não é racista nem homofóbico. Podem até ter havido declarações inconvenientes. Mas repito: Marco Feliciano não é racista nem homofóbico”, disse o vice-presidente nacional do partido, Everaldo Pereira, logo após a reunião. Ele apenas fez um pronunciamento, não respondendo perguntas da imprensa.
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Na quinta-feira (21) , Henrique Alves disse que a situação de Feliciano era insustentável. De “forma respeitosa”, o peemedebista conversou em diversas oportunidades com o líder do PSC na Câmara, André Moura (SE), pedindo para a indicação ser revista. Depois da eleição de Feliciano na CDH, apenas a renúncia poderia retira-lo do cargo. Ou seja, mesmo com toda a pressão popular e dentro da Casa, ninguém poderia tirá-lo do cargo além dele mesmo.
Após anunciar a manutenção de Feliciano do cargo, o vice-presidente do PSC mandou recados aos partidos aliados. Lembrou que, quando a presidenta Dilma Rousseff disse não saber se acreditava em Deus, o partido manteve seu apoio. Ele chegou a fazer um resumo de todas as vezes que o PSC esteve junto com o PT. Deputados petistas são hoje os maiores adversários de Feliciano na comissão. “O PSC é um partido que não segrega, não exclui, não discrimina ninguém. é um partido que se norteia por princípios cristãos e não abre mão disso”, afirmou.
Para o Pereira, Feliciano, que saiu da reunião sem falar com a imprensa, tem legitimidade para assumir a CDH por ter sido eleito em 2010 com mais de 212 mil votos. Na semana passada, seu próprio partido chegou a enquadrá-lo por causa da divulgação de um vídeo criticando seus adversários, como os deputados Jean Wyllys (Psol-RJ), Domingos Dutra (PT-MA) e Erika Kokay (PT-DF).
No Twitter, em 2011, Feliciano chamou negros de “descendentes amaldiçoados de Noé”. Contra homossexuais, chegou a dizer que “a podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam (sic) ao ódio, ao crime, à rejeição. Amamos os homossexuais, mas abominamos suas práticas promíscuas”.
Em discurso na Câmara, ele defendeu a limitação de divórcios a um por pessoa, pois, na avaliação dele, “uma família destruída hoje projeta sequelas por toda uma geração”. O deputado diz que a resistência ao seu nome é fruto de perseguição religiosa e de “cristofobia“. Além disso, o deputado é réu por estelionato em uma ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele rejeita a acusação de ser racista e homofóbico.
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