Leia tudo sobre a eleição na mesa
“A gente não quer fazer um debate de nomes, queremos politizar o debate. Mas não temos condições de votar em Renan”, disse o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) ao Congresso em Foco. Por enquanto, o partido ainda não tem candidato. Espera pela definição do PMDB. Caso o partido escolha um outro nome, votará com os peemedebistas. Se não, o que é mais provável, ainda vai decidir o que fazer. A indicação tem causado polêmica.
Impedidas de limpar o Senado, entidades fazem cruz
De acordo com Rollemberg, uma possibilidade é a bancada socialista votar em Pedro Taques (PDT-MT). O senador pedetista já se dispôs a lançar uma candidatura. Por enquanto, o único nome oficial é de Randolfe Rodrigues (Psol-AP). Porém, Rollemberg acrescentou que a bancada pode se abster na votação também. “Estamos a pouco mais de 24 horas da eleição e não temos nenhum candidato oficial”, reclamou.
O líder do PSDB na Casa, Alvaro Dias (PR), afirmou hoje à tarde que o partido ainda vai se reunir para decidir o que fazer. A expectativa dos tucanos é pela escolha de um outro nome além de Renan. Porém, se o PMDB manter a indicação do senador alagoano, a tendência é a bancada de 11 parlamentares migrar também para a candidatura de Taques. “O PSDB gostaria de preservar a tese da proporcionalidade, já que cabe ao maior partido a presidência do Senado, mas as circunstâncias nos levam a optar por outra alternativa, por isso o nome do senador Pedro Taques (PDT) deve ser apoiado pelo PSDB”, disse.
Na nota distribuída no início da tarde, o PSB não trata diretamente de Renan. Fala do prejuízo para a imagem do Senado caso o peemedebista seja eleito. Os socialistas apontam um quadro de “desgaste institucional” que passa o Legislativo brasileiro. “O que a sociedade espera de nós, muito além de uma necessária autocrítica, é um compromisso firme com a ética e com a continuidade do processo de transformação do Brasil em uma nação justa e próspera”, diz a nota.
Leia a nota do PSB:
“Por um Brasil Melhor, por um Senado melhor
O Brasil vem passando por mudanças que enchem de alegria e esperança o povo brasileiro. Durante as últimas décadas, consolidamos a democracia, universalizamos o acesso à educação básica e derrotamos a inflação. Mais recentemente, reduzimos as desigualdades de “raça”, renda, gênero e região. A taxa de desemprego nunca foi tão baixa e os índices de mortalidade infantil também caíram drasticamente.
Temos pela frente uma agenda de investimentos que, se cumprida, constituirá a base do crescimento econômico e do bem-estar da população brasileira por um longo período. Temos também que dar conta de tarefas gigantescas no plano social. Porém, embora haja ainda um longo caminho a percorrer até a conquista de uma educação de alta qualidade, de serviços de saúde adequados e acessíveis a todos, de transporte público digno e eficaz, de cidades menos assombradas pela criminalidade violenta, o povo brasileiro está cada vez mais mobilizado para a realização desses objetivos.
No plano institucional, aprovamos importantes dispositivos como as leis da Transparência, da Ficha Limpa, do Acesso à Informação e do Combate à Lavagem de Dinheiro. Não há dúvidas de que avançou o combate à corrupção e à ineficiência nas instituições públicas. O povo brasileiro está mais vigilante e exigente e isso é essencial para o aperfeiçoamento do Estado de Direito.
Exatamente por isso, o nosso povo está insatisfeito com os políticos, como confirmam as pesquisas de opinião, de quem espera um comportamento mais condizente com os desafios que o país enfrenta. Isso se reflete, de modo contundente, nos baixos índices de aprovação da atuação e da imagem do Congresso Nacional e do Senado Federal, em particular. E é preciso reconhecer: nosso povo está com a razão! Embora tenha também contribuído para o bom momento que o Brasil vive, a atuação desta Casa tem deixado a desejar.
Os cidadãos e cidadãs, com toda a justeza, se queixam da ineficiência, do desrespeito à ética, da falta de maior sintonia com as grandes aspirações da nação. O resultado é um Senado amesquinhado, enfraquecido, submisso até, na sua relação com o Poder Executivo. Ao mesmo tempo, a omissão reiterada ou a dificuldade em decidir tem aberto espaço para que o Poder Judiciário encampe questões que cabem a esta Casa resolver. Isso acarreta grave prejuízo para a República, uma vez que esta se assenta no equilíbrio entre os poderes.
Da mesma forma, o Senado compromete seu papel como representação igualitária dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal no Congresso Nacional. Debilitada, esta Casa falha em sua missão de porta-voz e defensora dos reclamos e interesses das entidades federadas aqui representadas. Isso acarreta grave prejuízo para a Federação, que se assenta na cooperação equânime das entidades que a compõem.
É nesse quadro de desgaste de sua imagem institucional que se realiza a eleição para a Presidência e a Mesa desta Casa.
O que a sociedade espera de nós, muito além de uma necessária autocrítica, é um compromisso firme com a ética e com a continuidade do processo de transformação do Brasil em uma nação justa e próspera. Devemos, portanto, utilizar esta oportunidade para encontrar a melhor maneira de recuperar a credibilidade desta Casa.
Assim, além de uma plataforma que resgate a dignidade do Senado Federal, é preciso que o nome do novo presidente esteja associado, perante a opinião pública, a esse ideal de renovação.
São enormes os desafios que pesam sobre os membros desta Casa. Somente com o devido senso de responsabilidade histórica, seremos capazes de fazer com que o Senado Federal se ponha à altura do papel que efetivamente lhe cabe, como instituição fundamental para a promoção dos valores e a realização dos objetivos maiores da República.
Brasília, 30 de janeiro de 2013
BANCADA DO PSB NO SENADO FEDERAL
Lídice da Mata – líder da bancada
Antônio Carlos Valadares
João Capiberibe
Rodrigo Rollemberg”
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