Mal começou o segundo mandato do presidente Lula e PT e PSB já iniciaram a disputa pela sucessão presidencial. A postura dos partidos na eleição para a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, com a oposição do PSB à candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP) e a troca de acusações, nos bastidores, entre os dois partidos revelam o choque dos interesses entre os dois de ocupar o Palácio do Planalto em 2010.
De acordo com matéria de Gustavo Krieger, do Correio Braziliense, o crescimento do PSB nas eleições passadas incutiu nos próprios membros o ânimo de disputar a presidência do país. Neste novo mandato, o partido terá 27 deputados federais, três governadores e três senadores. Ciro Gomes (CE), deputado federal com maior votação proporcional do país, aparece como o principal candidato do PSB para disputar o poder.
Como Lula não poderá concorrer novamente, pela primeira vez na história do PT, a candidatura da coalizão está aberta aos partidos da base. Uma vez, que o próprio PT não conseguiu emplacar um nome forte e abriu a opção para o surgimento de novos candidatos.
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“Dentre eles, Ciro parece a opção mais bem colocada. Ele já foi candidato a presidente da República, com boa performance em 2002. Tem experiência administrativa como ministro e governador. Tudo isso lhe permite sonhar com uma boa posição de largada nas primeiras pesquisas sobre a próxima eleição presidencial. Além disso, saiu das urnas de 2006 como um vencedor. Não apenas por sua votação para a Câmara, mas pela eleição de seu irmão Cid Gomes para o governo do Ceará. “
Atento a situação, o PT não pretende perder espaço para os aliados e tem brigado para continuar vivo na concorrência ao governo. A busca pela vitória na Câmara é um dos postos mais cobiçados pelo partido. Internamente, briga por ministérios e postos estratégicos.
A disputa acendeu a desconfiança do PSB e alertou os demais partidos da base governista. “O PT não quer deixar os aliados elegerem o presidente da Câmara. Imagine como será para eleger o presidente da República”, diz um parlamentar da legenda ao Correio.
Por isso mesmo, PSB e PCdoB tem se aproximado cada vez mais e formado, nos bastidores, um bloco de oposição ao PT. Enquanto o consenso sobre coalizão é estampado nas mídias, as conversas internas são pesadas.
“Líderes da bancada socialista, como os deputados Beto Albuquerque (RS) e Renato Casagrande (ES), acusam os petistas de oferecer cargos no governo em troca de apoio dos deputados a Chinaglia. Denunciam que o Palácio do Planalto estaria liberando verbas para emendas ao orçamento patrocinadas por deputados que apóiam o petista.”