Sob gritos de “Eduardo presente, Marina presidente”, a nova chapa do PSB foi confirmada na noite desta quarta-feira (20) com a composição já esperada: a ex-senadora e ex-ministra Marina Silva como candidata a presidente da República e o deputado federal Beto Albuquerque como candidato a vice.
Em discurso após uma reunião que durou mais de cinco horas, Beto Albuquerque afirmou que não deixará pela metade o que classificou como “missão”, que, segundo ele, é propor uma alternativa à dicotomia que vem pautando as eleições. “Tive duas derrotas: a primeira quando perdi meu filho com leucemia. E quarta-feira sofri minha segunda grande derrota. Mas com alegria vamos dar a volta por cima e honrar o legado de Eduardo. E ele dizia: ‘nunca podemos deixar nada pela metade’. E estamos aqui porque não vamos deixar nada pela metade. A minha tarefa é estar ao lado dessa mulher incomum [Marina]”, disse.
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A mudança na chapa foi confirmada uma semana após o acidente aéreo em que morreu o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que era o presidenciável do PSB. Marina era a candidata a vice. E Albuquerque era candidato ao Senado pelo PSB-RS.
“Temos 46 dias para trabalhar. Não vai ter hora, não vai ter dia. Quem quer olhar pelo retrovisor que continue. Nós vamos olhar pelo parabrisa”, complementou Albuquerque.
Marina chegou à sede do partido, em Brasília (DF), ao final da reunião. Em entrevista coletiva, ela disse que está ciente da responsabilidade de dar continuidade aos compromissos assumidos ao longo dos dez meses de aliança. “Chego ao PSB com senso de responsabilidade, com o compromisso assumido nesses dez meses de intenso trabalho e de esforço para mudar o Brasil ao lado de Eduardo Campos”, disse.
Antes de migrar para o PSB, Marina tentou criar uma nova sigla, chamada Rede Sustentabilidade, mas não conseguiu o registro junto à Justiça eleitoral. Por isso, ela se filiou ao PSB, deixando claro não ter abandonado a pretensão em relação à Rede. “Nosso destino comum está traçado no legado de Eduardo. Nossa palavra de ordem neste momento é crescer, na atividade política e na generosidade para aceitarmos as nossas diferenças, na unidade”, destacou.
Emocionada, Marina citou o abraço que deu em Eduardo no final da gravação do primeiro programa eleitoral. “Legado quanto mais a gente distribui, mais ele cresce. E ainda bem que Eduardo distribuiu. O que vamos levar adiante é tudo aquilo que fizemos juntos”, concluiu.
O PSB tem até sábado (23) para registrar nova chapa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O nome de Marina Silva já era tido como certo para assumir a candidatura desde o último sábado (16), antes do enterro de Eduardo Campos, que morreu na quarta passada (13). A legenda tinha preferência para indicar o novo candidato. Dirigentes de outros partidos da coligação declararam considerar natural a escolha da ex-ministra.
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