Parlamentares da base governista criticaram o relator da CPI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR), por ter divulgado que dinheiro do Banco do Brasil foi usado no valerioduto. Sub-relator da comissão, o deputado Carlos Abicalil (PT-MT) acusou Serraglio de agir de forma imprudente. Na avaliação do petista, os dados, por si só, não provam que recursos do Banco do Brasil foram parar nas contas do PT.
“Concluir que o dinheiro foi parar nas contas do PT é um salto interpretativo para além do que a documentação poderia comprovar”, afirmou Abicalil. “Há pontos que precisam ser esclarecidos. Lamento que o relator tenha sido imprudente. Se não confirmar o que disse, cria um problema que joga em descrédito o conjunto da CPI. A serenidade seria a melhor atitude”, completou.
De acordo com as investigações da comissão, o Banco do Brasil desviou R$ 10 milhões para o PT por meio de verbas de publicidade da Visanet, empresa da qual o BB detém 32% do capital. A comissão suspeita que o total desviado seja, na verdade, de R$ 29 milhões.
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) também considerou precipitada a conclusão do relator. “Se for esse clima de quem faz a manchete com mais estardalhaço, não ajuda. O assunto nos preocupava havia tempos e merecia atenção. Eram depósitos altos e o requerimento de quebra de sigilo da Visanet e de outras empresas partiu da bancada do governo”, disse a senadora.
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Para a oposição, os dados divulgados por Serraglio destruíram a versão dos petistas de que não houve corrupção e que o esquema entre o empresário Marcos Valério e o PT se restringia à prática do caixa dois eleitoral. “É de uma gravidade brutal. É o chamado batom na cueca, mostrando que houve desvio de dinheiro público. Os fatos já eram claros, mas agora foram comprovados. Não há autoridade neste governo que não esteja sob suspeição. Eles são insustentáveis”, disse o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM).
“Está comprovada a mistura de dinheiro e de interesses públicos e privados pelo PT. É muito sério e a CPI deve cumprir seu papel de indiciar os responsáveis, e enviar o que apurou ao Ministério Público”, afirmou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
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