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O vice-líder do PSDB na Câmara, deputado Betinho Gomes (PE), que também é membro titular do Conselho, avaliou que o único objetivo da proposta é aumentar a proporção de apoiadores do peemedebista no Conselho. Assim, de acordo com Betinho, Cunha teria “passe livre” para travar o processo que enfrenta no colegiado.
“Esta é mais uma atitude absurda e desesperada do representado que age para enfraquecer o Conselho de Ética. É necessário que o plenário da Câmara rejeite esta Resolução, sob o risco de se desmoralizar perante a opinião pública que acompanha cada passo do Congresso Nacional, principalmente neste que é dos momentos mais importantes da recente história política do país”, disse o parlamentar, acrescentando que estudará medidas para, caso necessário, barrar no Judiciário a “investida” de Cunha contra o Conselho de Ética.
O líder da Rede na Câmara, deputado Alessandro Molon (RJ), foi um dos primeiros a se manifestar contra a proposta. Molon questionou que a proposta, aprovada esta manhã pela Mesa Diretora, já deve entrar na pauta do plenário na tarde de hoje (29). O parlamentar adiantou que vai apresentar uma emenda que propõe alterações no projeto.
“Espero que o plenário da Casa rejeite a proposta. Se o plenário não acatar, vou entrar com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) alegando desvio de finalidade para evitar que, de fato, se cobre a responsabilidade do deputado Eduardo Cunha por seus atos contrários ao decoro parlamentar. E reiterarei o pedido de afastamento dele da presidência. Talvez alguns imaginassem que isso passaria despercebido, mas tem gente atenta aqui na Casa que não vai compactuar com esse tipo de manobra”, disse.
Em nome da Mesa
PublicidadeUma cópia da redistribuição dos cargos no Conselho de Ética, caso o projeto de resolução 133/2016 seja aprovado, mostra que o PSD – que indicou o atual presidente, José Carlos Araújo (BA) – perde uma vaga para o PTN. Neste caso, para Araújo continuar na comissão, ele teria que ser indicado pelo seu novo partido, o PR, que continua com o mesmo número de duas indicações no colegiado.
Para o líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (BA), a proposta é “lamentável” e contribui para que Cunha realize “golpes sucessivos” para obstruir todas as investigações realizadas contra ele.