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A reportagem teve acesso à íntegra do depoimento de Musa, que disse ter prestado serviços à petrolífera até 2009. Nos autos de seu inquérito, os investigadores da força-tarefa registram “que, desde que o declarante entrou na Petrobras se ouvia falar do pagamento de vantagem indevida nas mais diversas áreas, mas somente em 2006 o declarante começou a tomar conhecimento [das propinas] de forma direta”.
Também ex-funcionário da BR Distribuidora, Musa não chegou a ser preso por envolvimento em negociatas que consistiam em fraudes contratuais e pagamento de propina para viabilizá-las, por ação de um “clube das empreiteiras” que envolveu, entre outras, gigantes corporativas como Odebrecht e Camargo Corrêa. Era subordinado a dois ex-diretores da Petrobras presos em Curitiba – Nestor Cerveró e Jorge Zelada, dois dos principais operadores do esquema de corrupção – na área Internacional, apontada como cota do PMDB no sistema de fatiamento político das cadeias de comando que organizaram a arrecadação de propinas, a partir de 2004.
Na delação, Musa relata ter ouvido que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), dava a “palavra final” sobre o comando da diretoria Internacional da petrolífera – ao lado do senador Fernando Collor (PTB-AL), Cunha é alvo da primeira denúncia formal da Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal. Ainda segundo o delator, um contrato de US$ 1,6 bilhão firmado entre o Grupo Schahin e a Petrobras para operação de um navio-sonda, com vigência entre 2006 e 2007, fez parte da quitação de uma dívida eleitoral do PT com a estatal. A campanha beneficiada, diz Musa, foi a de reeleição do ex-presidente Lula, que derrotou o tucano Geraldo Alckmin, em segundo turno, em 29 de outubro de 2006.
Confira a íntegra do depoimento
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