Em 2004, o presidente da Petrobras era José Eduardo Dutra, que depois veio a ser presidente nacional do PT. Barusco também confirmou aos parlamentares que o PT pode ter arrecadado em torno de U$$ 200 milhões por meio do esquema de corrupção na estatal. O ex-gerente declarou que estes valores foram repassados ao tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. E que Neto era o responsável pela distribuição dos recursos do partido.
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“Cabia a mim uma quantia, e eu recebi. Cabia ao PT uma outra quantia, o dobro. E eu estimo que pode ter sido até US$ 150 milhões a US$ 200 milhões (o valor da propina). Não sei como o João Vaccari recebeu, se ele recebeu… Se foi doação oficial, se foi conta lá fora… Existia uma reserva de propina para o PT”, disse Barusco. “A gente sempre combinava esse tipo de assunto (pagamento de propina) com o João Vaccari. Mas cabia ao João Vaccari, gerenciar (a distribuição do dinheiro a membros do partido)”, complementou em seguida. Barusco ratificou que o esquema também abasteceu o PP e o PMDB, este último por intermédio do ex-diretor de refino a abastecimento Paulo Roberto Costa.
PublicidadeEntre as revelações do ex-tesoureiro do PT, ele confirmou que havia um esquema de cartel arquitetado por 14 empresas e que elas sempre estavam envolvidas nas licitações da Petrobras. Por conta deste esquema de cartel, as empresas conseguiam obter contratos com valores até 20% acima dos normal.
Durante o depoimento, Barusco classificou como “fraqueza” o fato dele ter participado do esquema de desvios de recursos da Petrobras. “Na realidade, esse é um caminho que não tem volta. Você começa a receber recursos no exterior e isso depois vira uma espada em nossa cabeça”, falou. “Esse repatriamento (de dinheiro recebido de forma ilegal) está me dando um alívio”, disse.
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