O promotor de Justiça Roberto Winder Filho, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), disse hoje à CPI dos Bingos que o ex-prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel (PT), assassinado em 2002, foi bastante torturado e teve uma parte do corpo queimada antes ser morto. As torturas, acrescentou o promotor, foram feitas com o intuito dos seqüestradores de obterem informações sigilosas do ex-prefeito.
Segundo o promotor, ficou claro nos inquéritos que Sérgio Gomes da Silva, conhecido como "Sombra", teve participação no crime. Na opinião de Winder, Celso Daniel não foi morto por acaso, como afirma o inquérito da Polícia Civil de São Paulo, mas porque tentou desmantelar um esquema de arrecadação ilegal no município para financiar campanhas do PT.
Para o procurador, houve um desacerto no esquema. Celso Daniel teria concordado com o repasse do dinheiro para o PT. Mas, ao saber que os recursos não eram utilizados apenas para campanhas, quis apurar os supostos desvios e acabou assassinado.
Outro promotor de Justiça do Gaeco, Amaro José Thomé Filho, confirmou hoje, também à CPI dos Bingos, que Sérgio Gomes foi o mandante do assassinato do ex-prefeito. Além de concordar com as afirmações de Winder, Amaro José afirmou ter provas contundentes para comprometer o acusado.
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