A Câmara dos Deputados aprovou na noite nesta quarta-feira (14) o projeto de lei que define os crimes de abuso de autoridade. A votação foi simbólica, mas bastante tumultuada, pois muitos dos deputados que mais cedo haviam aprovado o pedido de urgência para o texto queriam que a votação fosse nominal. Agora, o projeto segue para a sanção do presidente Jair Bolsonaro.
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A proposta considera crimes de abuso de autoridade 37 ações diferentes, cometidas por servidores públicos e membros dos Três Poderes, inclusive magistrados, com a finalidade de prejudicar alguém ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro. Entre elas, estão obter provas por meios ilícitos; executar mandado de busca e apreensão em imóvel, mobilizando veículos, pessoal ou armamento de forma ostensiva, para expor o investigado a vexame; impedir encontro reservado entre um preso e seu advogado; e decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado sem intimação prévia de comparecimento ao juízo.
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Como já foi aprovado no Senado e não foi modificado na Câmara, o texto seguirá para sanção presidencial. A votação dos destaques que poderiam mudar o texto do projeto de lei, contudo, dividiu os deputados e se estendeu pela noite adentro. Os parlamentares questionavam, entre outras coisas, o motivo de uma matéria tão importante ser votada tarde da noite, sem o tempo de discussão adequado e sem o voto nominal, que solicitado por dezenas de deputados que gostariam de mostrar à sociedade a posição de cada parlamentar em relação a esse assunto. Outros ainda questionavam os impactos da lei sobre categorias como a dos policiais.
O abuso de autoridade entrou na pauta da Câmara logo depois de os deputados concluírem a votação dos destaques da MP da Liberdade Econômica porque, nessa sessão, também foi aprovado um pedido de urgência para o projeto de lei. A urgência foi aprovada em votação nominal, por 342 a 83. O Novo foi o único a orientar contra a urgência do abuso de autoridade, mas quase a metade dos votos contrários à urgência veio do PSL.
Senado
PublicidadeQuando foi votado no Senado, no fim de junho, o projeto também dividiu o plenário, ameaçando a aprovação do projeto chamado de Dez Medidas de Combate à Corrupção. Na ocasião, o debate focou sobretudo na possibilidade de estender o crime abuso de autoridade a crimes cometido por magistrados e membros do Ministério Público e também aos crimes eleitorais de caixa dois e compra de votos.
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