A Procuradoria Regional Eleitoral em São Paulo (PRE-SP) deu início a um “procedimento preparatório eleitoral” para investigar o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, por utilização de estrutura funcional com fins eleitorais. A investigação preliminar vai apurar se Skaf, que é filiado ao PMDB, valeu-se de propaganda do chamado Sistema S (Fiesp, Sesi e Senai) para reforçar sua imagem de pré-candidato ao Governo do Estado de São Paulo.
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Para a PRE-SP, há indícios de que a prática tenha ferido a legislação eleitoral. Segundo a investigação, a materialidade do ilícito eleitoral leva em conta que Skaf, como tudo indica, será mesmo candidato nas próximas eleições, algo passível de configurar propaganda eleitoral antecipada ou abuso de poder econômico, por exemplo. Nos últimos meses, uma propaganda institucional do Sistema S tem sido recorrentemente veiculada em veículos de comunicação de alcance nacional.
Nas eleições de 2014, a campanha de Skaf ao governo de São Paulo foi vitaminada com doações no valor total de R$ 2,5 milhões feitas por duas empresas investigadas por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção que funcionava em estatais como a Petrobras, segundo revelações da Operação Lava Jato levadas a público em março daquele ano. Naquela ocasião, Skaf teve seu caixa de campanha reforçado em R$ 10,3 milhões. Como seria descoberto no transcorrer das investigações, as empresas – as construtora OAS S/A, que bancou R$ 1,5 milhão, e a Queiroz Galvão, que doou R$ 1 milhão – superfaturaram obras em contratos com a Petrobras e pagaram propina a políticos de vários partidos.
Quando o assunto veio à tona, em setembro de 2014 (a um mês das eleições), Skaf ocupava o segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto em São Paulo. Por meio de nota divulgada à época, a assessoria do então candidato declarou que “as empresas referidas são legalmente constituídas e não há nenhum impedimento que as desabone de fazer doações eleitorais”.
Liderada por Skaf, a Fiesp foi uma das principais instituições formalmente envolvidas no processo que culminou no impeachment da petista Dilma Rousseff, definitivamente retirada do governo em 31 de agosto de 2016. Em parceria com movimentos de rua e ativistas de internet, a federação teve como um dos pontos fortes contra a gestão Dilma a campanha “Não Vou Pagar o Pato”, nacionalmente iniciada em 3 de setembro de 2015 contra o aumento de impostos e a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
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