O procurador Ivan Marx, do Ministério Público Federal (MPF) em Brasília, acusa o empresário Joesley Batista e executivos do grupo J&F de terem ocultado crimes praticados no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Ivan Marx adianta que vai apresentar denúncia pelos delitos apurados e cobrar R$ 1 bilhão a mais da companhia por prejuízos aos cofres públicos. Esse valor, segundo ele, seria acrescido aos R$ 10,6 bilhões que a J&F terá de pagar no acordo de leniência.
O procurador, que é responsável pela Operação Bullish, que investiga negócios do grupo com o BNDES, também critica os termos do acordo de delação premiada firmado entre a Procuradoria-Geral da República e os executivos. “Onde eu digo que eles estão mentindo é no BNDES. A Bullish apontou mais de R$ 1 bilhão de problemas em contratos. Os executivos vão lá, fazem uma delação, conseguem imunidade e agora não querem responder à investigação”, disse ao Estadão.
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O BNDES aportou R$ 10,6 bilhões à J&F, entre 2005 e 2014, para viabilizar a compra de outras companhias, o que garantiu ao grupo o título de líder mundial no segmento de proteína animal. Os delatores contaram à PGR que pagaram propina ao ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para não atrapalhar suas operações no banco. Mas, segundo eles, não houve interferência na análise técnica e na concessão dos aportes. A versão é contestada por Marx, que identificou fraudes em ao menos seis transferências de recursos.
O procurador afirmou ao Estadão que as investigações apontam a prática, no mínimo, de gestão temerária e que pretende apresentar denúncia também por improbidade administrativa. Ele pretende processar tanto gestores do banco quanto do grupo empresarial. Nem a J&F nem o BNDES se manifestaram sobre o assunto, de acordo com o jornal.
PublicidadeMarx criticou a conduta adotada com delatores, de chamá-los para complementar depoimentos quando se demonstra que ocultaram informações. “Se você provar, eu faço recall”, disse. Segundo ele, as fraudes identificadas
Leia a íntegra da reportagem do Estadão
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