A Executiva do DEM deve iniciar na próxima quarta-feira (11) o processo contra o segundo vice-presidente e corregedor da Câmara dos Deputados, Edmar Moreira (MG), na Comissão de Ética do partido. Após uma série de denúncias contra o parlamentar mineiro, democratas acreditam que a situação dele no partido é insustentável. "Afinal de contas, ele é reincidente", disparou o vice-líder do DEM na Câmara, Paulo Bornhausen (SC).
O parlamentar de Santa Catarina lembrou que, em 2007, Edmar Moreira votou a favor da prorrogação da CPMF, mesmo contra determinação do DEM. Bornhausen, na época, entrou com um pedido de expulsão do colega mineiro. A representação, entretanto, não foi aceita pela cúpula partidária. "Na segunda votação ele se absteve, que era a mesma coisa do que votar pelo não, já havia quórum qualificado, por ser matéria constitucional", recordou.
Bornhausen acredita que a enxurrada de denúncias contra Moreira não vai prejudicar a imagem do partido. "O processo será rápido. Também não podemos querer que a Comissão de Ética funcione no fim de semana", adiantou. Ele aponta que os episódios divulgados pela imprensa tornam insustentável a situação do deputado mineiro no partido. "Ele tem que sair da segunda vice-presidência imediatamente e aguardar o julgamento da Executiva", disse.
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Em nota oficial divulgada ontem (5), o deputado Rodrigo Maia (RJ), presidente nacional da legenda, afirmou que as "denúncias divulgadas pela Imprensa (…) [serão remetidas] imediatamente à sua Comissão de Ética, para que, o mais brevemente possível e concedido o amplo direito de defesa conforme os ritos estabelecidos estatutariamente, seja tomada uma decisão final”. (leia mais)
A pressão contra Moreira aumenta a cada dia. Hoje (6), o jornal Folha de S. Paulo afirmou que a F. Moreira Empresa de Segurança e Vigilância, um dos negócios do parlamentar, mesmo à beira da falência, conseguiu um empréstimo de R$ 1,9 milhão do Banco do Brasil. O empréstimo não foi pago e a empresa é executada judicialmente na 21ª Vara Cível de São Paulo.
Além disso, o jornal mostrou documentos que a empresa F. Moreira é alvo de 123 protestos em cartórios de São Paulo, que cobram um valor total de R$ 551 mil e tem um inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) por fraude previdênciária. Já o Correio Braziliense informou que o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) cobra R$ 45 milhões em dívidas previdenciárias contraídas por ele e suas empresas de segurança em seis processos de execução fiscal que tramitam na Justiça Federal paulista desde 2005.
A primeira denúncia contra Moreira surgiu na quarta-feira (4), quando veio à tona que ele possui um castelo no distrito de Castro Alves (MG) avaliado em R$ 25 milhões. O empreendimento não estava na declaração de bens entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2006. Segundo o parlmantar, o imóvel pertence aos seus filhos. (Mário Coelho)