O julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula no Supremo Tribunal Federal (STF), previsto para esta quinta-feira (22), será acompanhado com especial atenção por outras dez pessoas condenadas em segunda instância na Operação Lava Jato que, assim como o petista, correm o risco de serem presas. A expectativa dos condenados é que o Supremo livre o ex-presidente do cumprimento imediato da prisão, decisão que abriria caminho para que eles obtivessem o mesmo benefício enquanto o tribunal não rediscute se condenados em segunda instância devem começar a cumprir logo sua pena.
As informações são do jornal Folha de S.Paulo. Entre os que vivem essa expectativa está o ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu (PT). Solto em maio do ano passado, Dirceu recorre da condenação a 30 anos e 9 meses de prisão. Mas o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o mesmo que condenou Lula, ainda não julgou seu recurso.
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As ordens de prisão de condenados em segunda instância na Lava Jato que estavam em liberdade só começaram em agosto do ano passado, informa a Folha. Casos que chegaram ao TRF-4 antes do de Lula ainda não tiveram um desfecho, como apelações envolvendo as empreiteiras Mendes Junior e a Galvão Engenharia, destaca o jornal. Ao menos nove réus da Lava Jato que estavam em liberdade foram presos após esgotamento de recursos na segunda instância.
<< Cármen Lúcia decide julgar pedido de habeas corpus de Lula nesta quinta
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O TRF-4 marcou para a próxima segunda-feira (26) o julgamento do derradeiro recurso de Lula contra a prisão. Mesmo pressionada pelos colegas e isolada, a presidente do Supremo, Cármen Lúcia, não pautou o julgamento que pode rever a autorização das prisões após condenação em segunda instância. Essa é a principal aposta da defesa de Lula para impedir sua prisão. Caso os ministros rejeitem o habeas corpus do petista nesta quinta, a tendência é que ele seja preso nas próximas semanas.
PublicidadeVeja o resultado do levantamento da Folha:
Réus soltos já julgados em 2ª instância e que podem ser presos com o esgotamento de recursos
– Alberto Vilaça Gomes, ex-diretor da Mendes Júnior
– Dario de Queiroz Galvão Filho, ex-presidente da Galvão Engenharia
– Enivaldo Quadrado, doleiro
– Erton Fonseca, executivo da Galvão Engenharia
– Fernando Moura, empresário
– João Cláudio Genu, operador do Partido Progressista
– José Dirceu, ex-ministro
– Jean Luscher Castro, executivo da Galvão Engenharia
– Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente
– Rogerio Cunha Oliveira, ex-diretor da Mendes Júnior
– Sergio Cunha Mendes, ex-vice-presidente da Mendes Júnior
Réus da Lava Jato que estavam soltos e foram presos após esgotamento de recursos na 2ª instância
– Waldomiro Oliveira, ex-auxiliar de Alberto Youssef
– Márcio Bonilho, representante da empresa Sanko Sider
– Agenor Franklin Medeiros, ex-executivo da OAS
– Jayme Alves de Oliveira Filho, ex-agente da PF
– Luis Eduardo de Oliveira e Silva, irmão de José Dirceu
– Julio César dos Santos, ex-sócio de José Dirceu
– Leon Vargas, irmão do ex-deputado André Vargas
– Ricardo Hoffmann, publicitário
– Gerson Almada, ex-sócio da Engevix
A reportagem lembra que há ainda outros réus condenados em segunda instância que estão na cadeia devido a ordens de prisão preventiva expedidas anos atrás, como o ex-deputado Eduardo Cunha e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari. Além disso, outros alvos condenados em segunda instância fizeram acordos de delação e estão em regimes como o domiciliar. Entre eles estão o ex-deputado Pedro Corrêa e o marqueteiro João Santana