Presidente do PMDB, Temer foi pressionado pelo senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e por seu filho, Hélder Barbalho, ministro da Secretaria de Portos, a não marcar para o mesmo dia 29 a reunião do diretório nacional do partido que decidirá pelo desembarque ou não do governo. A ala governista quer que seja mantido o prazo de um mês, estipulado no dia 12, para a realização da reunião que discutirá a entrega de todos os cargos ocupados pela legenda no Executivo federal.
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Temer não explicou os motivos da sua desistência de participar de um evento patrocinado pelo ministro Gilmar Mendes, um dos maiores adversários do governo e do PT no Judiciário. Para o seminário em Lisboa, cujo tema é “A Constituição no contexto das crises política e econômica”, foram convidados o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), principal adversário do governo no Congresso, e o senador José Serra (PSDB-SP), outro tucano que concorreu à Presidência da República.
Parte da bancada do PMDB na Câmara pressiona para que os ministros deixem os cargos antes do prazo definido pela convenção e defende a antecipação da reunião do diretório para forçar o desembarque da legenda do governo. Próximo a Temer, o deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS), que chegou a ser ministro da Aviação Civil no ano passado, é um dos peemedebistas que mais pressionam para que o partido rompa de vez com Dilma.
Contrário à antecipação da reunião do comando partidário, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), estava no café da manhã desta quarta-feira, na vice-presidência do partido. Ele foi contra a mudança na data do encontro do diretório, que é a maior instância da legenda presidida por Temer. “Mudar a data é dividir ainda mais o partido. Precisamos de calma para respirar nesta hora de crise em que ninguém sabe o que vai acontecer com o país daqui a 30 dias”, disse Eunício.