Dono da segunda maior bancada da nova Câmara, com 52 deputados eleitos, o partido do presidente Jair Bolsonaro deve apoiar a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao comando da Casa. Segundo o presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), o apoio foi acertado em reunião realizada nesta manhã (2) na casa oficial do presidente da Câmara, da qual também participou o líder da bancada, o deputado Delegado Waldir (PSL-GO).
“Maia se comprometeu a apoiar as pautas do governo Bolsonaro. O PSL vai ganhar o espaço que merece devido ao tamanho de sua bancada”, disse Bivar ao site do jornal O Estado de S. Paulo. Pelo acordo, o PSL deve ficar com a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e da Comissão de Finanças e Tributação (CFT), duas das mais poderosas da Casa, além de um cargo na Mesa Diretora. Em contrapartida, Maia assumiu o compromisso de dar celeridade à reforma da Previdência.
O Congresso em Foco procurou Bivar e Delegado Waldir, mas nem um dos dois atendeu a ligação. Pré-candidata à liderança do partido e aliada de Maia, a deputada eleita Joice Hasselmann (SP) comemorou a decisão no Twitter: “Qual seria a opção? Afundar o governo? Não ter bloco pra aprovar nada? Fazer beicinho de criança birrenta e prejudicar milhões de brasileiros por isso? Brincar de polianas? Ora, me poupe! Vamos pensar minha gente”.
Desde que declarou apoio a Bolsonaro no segundo turno, Maia sempre destacou que apoia integralmente a pauta liberal do novo ministro da Economia, Paulo Guedes. Eventuais discordâncias, segundo ele, estariam restritas à agenda de costumes.
O apoio à reeleição ao deputado fluminense, no entanto, dividiu a bancada do PSL semanas atrás. Em mensagem vazada do WhatsApp, o deputado reeleito Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) dizia que o presidente da Câmara não poderia saber de suas articulações internas. Do contrário, poderia acelerar a votação de propostas com criação de despesas para o novo governo, a chamada pauta-bomba.
Em entrevista ao Congresso em Foco, no início de dezembro, Delegado Waldir acusou Rodrigo Maia de usar o controle sobre a pauta de votações para angariar votos à sua reeleição. “Ele vai agradar a quem dá voto para ele na reeleição em vez de conversar com o presidente eleito. Hoje o PSL tem apenas oito deputados”, criticou o deputado goiano.
Rodrigo Maia usa pauta-bomba para tentar se reeleger, acusa articulador político de Bolsonaro
Na primeira reunião da bancada eleita, realizada no fim de novembro, uma ala do PSL defendeu o lançamento de um nome próprio à presidência da Câmara, a fim de balancear o protagonismo do DEM, de Maia, que já ocupa três ministérios (Casa Civil, Saúde e Agricultura).
Ainda na entrevista ao Estadão, Bivar também defendeu o lançamento da candidatura do senador eleito Major Olímpio (PSL-SP) à presidência do Senado. Major Olímpio disse que ainda está pensando se aceita ou não o desafio de enfrentar Renan Calheiros (MDB-AL), favorito para voltar a comandar a Casa pela quarta vez.
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