Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o senador Eduardo Azeredo (MG), presidente nacional do PSDB, admitiu o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza pagou uma dívida sua com Cláudio Mourão, seu tesoureiro de campanha ao governo mineiro em 1998. O pagamento, com um cheque de R$ 700 mil, só foi feito em 2002.
À Folha, o presidente do PSDB disse ainda que, “poucos dias depois”, o atual ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia (PTB), fez empréstimo no Banco Rural e quitou a dívida com Valério. Azeredo foi o avalista desse empréstimo, de “pouco mais de R$ 500 mil”.
A edição desta semana da revista IstoÉ traz cópia do cheque do empresário mineiro, o operador do mensalão do PT, entregue a Cláudio Mourão. O ex-tesoureiro tucano alegava que colocou carros da empresa de um dos seus filhos na campanha de 1998 e ficara no prejuízo, já que não houve ressarcimento.
A revista revela ainda que houve uma coincidência das datas da emissão do cheque de Valério e o recibo de Mourão atestando o pagamento: 18 de setembro de 2002 – praticamente quatro anos após a campanha eleitoral de Azeredo, hoje senador, ao governo do Estado.
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Segundo o presidente do PSDB, o fato de ter sido Valério quem pagou não significa que ele tinha relação com o empresário. Era o tesoureiro tucano, diz, que falava com Valério desde 1998. Naquele ano, Valério contraiu um empréstimo, não declarado à Justiça Eleitoral, de R$ 8,35 milhões para custear a campanha de Azeredo ao governo de Minas, a pedido de Mourão.
Em depoimento na CPI dos Correios na última quarta-feira, Mourão afirmou que o presidente do PSDB não sabia do empréstimo feito por Valério. À Folha, Azeredo disse não se lembrar de detalhes, mas depois afirmou que foram Valério e Mourão que acertaram primeiro o pagamento de R$ 700 mil. A negociação entre os dois, segundo o senador tucano, ocorreu sem sua prévia autorização.