O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou nesta terça-feira (22) que a maioria dos representantes do partido no Congresso apoiará um eventual pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Há uma tendência bastante forte de que se o impeachment chegar ao plenário da Câmara ele será aprovado também pela nossa bancada”, afirmou Siqueira.
O dirigente se reuniu hoje com as bancadas do PSB na Câmara e no Senado. A maioria dos deputados e senadores do partido decidiu, segundo ele, deixar a postura de independência em relação ao governo e migrar oficialmente para a oposição. A mudança será submetida por ele à Executiva Nacional, à qual caberá a palavra final sobre o assunto, na semana que vem. A bancada do partido no Congresso é composta por 34 deputados e seis senadores.
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“Entendemos que é um governo moribundo, temos que encontrar um meio de o país não sangrar por muito tempo”, declarou o presidente do PSB. Além dele e dos parlamentares, também participaram do encontro desta terça os governadores Rodrigo Rollemberg (DF), Paulo Câmara (PE) e Ricardo Coutinho (PB).
A bancada do PSB também decidiu votar contra a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), proposta enviada hoje ao Congresso Nacional pelo Executivo na tentativa de diminuir o déficit orçamentário. “Ninguém aprova a CPMF”, afirmou Siqueira.
Ex-coordenador da campanha de Eduardo Campos, morto em desastre aéreo em agosto do ano passado, quando concorria à Presidência, Carlos Siqueira assumiu a presidência do PSB em outubro do ano passado. Ele sucedeu no cargo a Roberto Amaral, ex-ministro de Ciência e Tecnologia no governo Lula, que decidiu não participar das eleições depois que a legenda decidiu apoiar, em segundo turno, o presidenciável Aécio Neves (PSDB).
No primeiro turno, Carlos Siqueira deixou a secretaria-geral do partido após se desentender com a então candidata Marina Silva, que passou de vice a cabeça de chapa após a morte de Campos. Desde o segundo turno, o presidente do PSB tem defendido maior aproximação do partido com o PSDB.
Mas há resistências internas. Próximo ao PT, Roberto Amaral já deu declarações públicas, recentemente, contra a possibilidade de impeachment da presidente. Na avaliação dele, qualquer tentativa nesse sentido configura um “golpe”.
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