Em meio ao impasse quanto à criação de uma CPI para investigar a Petrobras, a presidente da estatal, Graça Foster, confirmou sua presença no Senado, na próxima terça-feira (15), para falar de denúncias como a que envolve a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. Audiências previstas com Graça Foster e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, chegaram a ser canceladas com a insistência da oposição de instalar uma CPI exclusiva para apurar as denúncias.
Graça Foster será ouvida em audiência pública conjunta das comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA). A iniciativa de organizar a reunião foi do presidente da CAE, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que disse ter ouvido da executiva o desejo de conversar com os senadores. Nas duas comissões, há requerimentos para que ela seja ouvida.
A pressão por uma investigação da Petrobras começou com a revelação de que a compra da refinaria de Pasadena, em 2006, teria causado prejuízo de cerca de US$ 1 bilhão e que o negócio fora aprovado por Dilma Rousseff, então presidente do conselho de administração da empresa
Além da compra de Pasadena, os oposicionistas querem investigar denúncias de propina para obtenção de contratos; procedimentos que podem ter comprometido a segurança de trabalhadores e de plataformas; e o custo de refinarias em construção no Brasil.
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A disputa se dá porque o governo pressiona pela criação de uma CPI mais ampla, que investigue também supostas irregularidades nos metrôs de São Paulo e do Distrito Federal e no Porto de Suape, em Pernambuco. É essa CPI ampliada que foi aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado (CCJ) na última quarta-feira (9).
Há, ainda, a expectativa por uma decisão liminar do Supremo Tribunal Federal sobre o tema, já que governo e oposição entraram com mandados de segurança para fazer valer seus pedidos. A relatora das duas ações na Corte é a ministra Rosa Weber.