O presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Odilon Marcuzzo do Canto, negou nesta quarta-feira ter feito parte de um esquema para desvio de recursos no Ministério da Ciência e Tecnologia, conforme documentos apresentados ontem pelo deputado Fernando Gabeira (PV-RJ). Marcuzzo disse que o parlamentar é “esquizofrênico”.
Odilon disse que as denúncias de Gabeira não têm fundamento e considerou risível a interpretação do deputado ao registro “encomenda vertical” que aparece em vários projetos encaminhados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia para a análise dos técnicos. Segundo o deputado, a expressão seria uma senha para que os analistas aprovassem os projetos sem contestações.
“Trata-se de uma leitura esquizofrênica, não existe nada com relação a isso, não existe orientação. A Finep tem um corpo de técnicos capazes e eles vão dizer para a diretoria se o projeto está bem feito ou não”, criticou Odilon.
O presidente da Finep afirmou também que o carimbo “encomenda vertical” indica aos técnicos que o projeto diz respeito a um único fundo setorial. São 15 os fundos setoriais que destinam recursos para a área de Ciência e Tecnologia e o código serve para que os técnicos tenham conhecimento se os projetos estão relacionados a um ou mais fundos. Quando a proposta atende a mais fundos, o pedido é escrito como “encomenda transversal”. “É um código de classificação, apenas isso”, esclareceu.
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O presidente da Finep disse que uma auditoria foi feita em todos os projetos aprovados pelo órgão, mas não foram encontradas irregularidades. Segundo ele, os problemas ocorreram nas instituições que receberam os recursos e não na Finep.
“A Finep analisou 12 projetos que receberiam recursos de emendas. Dos quais, 8 foram aprovados e 4 rejeitados. Dos aprovados, somente em três foram encontrados problemas, mas nas instituições e não da Finep”, disse.
Sobre a viagem que um funcionário teria recebido de “presente” para não denunciar supostas irregularidades na Finep, segundo afirmou Gabeira, o presidente do órgão disse que é mais uma acusação inverídica. Odilon explicou que o funcionário André Pereira Nunes esteve em Las Vegas em abril deste ano para participar de uma conferência internacional que discutiu temas relacionados à área dele.
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