O presidente da Chevron Brasil Ltda, George Buck, empresa responsável pelo vazamento de petróleo no Campo de Frade, no Rio de Janeiro, pediu desculpas à “população e ao governo brasileiro” pelo acidente. Em audiência pública na Câmara que ocorre na tarde desta quarta-feira (23), o norte-americano disse ter “profundo respeito pelo Brasil”. O acidente na Bacia de Campos começou em 8 de novembro e já rendeu uma multa de R$ 50 milhões à empresa, valor que pode aumentar com novas sanções.
O auge do vazamento se deu no dia 11 de novembro, quando até 600 barris de petróleo vazavam diariamente na região. Depois, esse percentual foi diminuindo, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP). De acordo com o presidente da subsidiária da Chevron no país, a resposta dada pela empresa foi “rápida e eficiente”.
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“Nós conseguimos estancar o vazamento em quatro dias”, disse Buck. “Peço sinceras desculpas à população e ao governo brasileiro. Temos profundo respeito pelo Brasil, pelo povo brasileiro, pelo meio ambiente e pelas instituições brasileiras”, continuou o presidente da Chevron. Segundo ele, foram usadas “várias metodologias” para estimar o tamanho da mancha, incluindo sobrevoo de aviões e helicópteros.
No início da sessão, o norte-americano foi provocado pelo presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS), Giovani Cherini (PDT-RS). O pedetista disse que, se a empresa pretende continuar atuando no país, seria preciso, primeiro, desculpar-se em frente aos parlamentares. “Neste momento, precisamos de gestos”, afirmou o pedetista. A audiência começou com duas horas e meio de atraso. O voo do presidente da Chevron atrasou na saída do Rio de Janeiro.
“Intolerável”
Durante a audiência, o coordenador de Segurança da ANP, Raphael Moura, afirmou que o acidente é “intolerável”. “A ANP vai tomar todas as medidas cabíveis”, disse. De acordo com Moura, a agência tem como responsabilidade a segurança operacional da extração de petróleo. O vazamento começou a aproximadamente 2,2 quilômetros de profundidade. As reservas do pré-sal estão a mais de cinco mil metros. Ele disse que, desde o vazamento, o acompanhamento da ANP é “permanente”. “A companhia é inteiramente responsável pelo incidente e deve ser responsabilizada.”
O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Curt Trennepohl, lembrou que o órgão já aplicou uma multa de R$ 50 milhões à empresa. “Estamos aguardando o fim do período de defesa e de todo o processo legal”, afirmou. De acordo com ele, o Ibama só tem como atuar após o desastre ambiental ocorrer. “Até o momento não temos comprovação de morte de animais e flora. Não podemos dimensionar o dano ao ambiente aquático”, disse Trennepohl, ressaltando que o vazamento de petróleo não deve chegar ao litoral.
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