Em entrevista concedida à Agência Brasil, o presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap), Dalton Pastore, contradisse argumento do sub-relator da CPI dos Correios, Carlos Abicalil (PT-MT). O deputado disse, hoje, que a antecipação é uma prática comum do setor de publicidade.
Abicalil fez essa afirmação para justificar a conduta da Visanet de repassar pagamentos com recursos do Banco do Brasil à agência DNA Propaganda, de Marcos Valério Fernandes de Souza, antes da contra-prestação dos serviços. O relator da CPMI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR), afirmou ontem que a DNA recebeu do fundo de publicidade da Visanet, R$ 35 milhões adiantados, sem nenhuma contrapartida.
Pastore, no entanto, afirmou que o pagamento de um serviço publicitário antes de sua execução "não é normal". "Uma agência de publicidade receber antes de prestar o serviço seria muito bom, mas não é normal", destacou Pastore. O presidente da Abap ressaltou que a atividade publicitária funciona como qualquer outra prestação de serviço. "Você executa o trabalho, fatura e ele é recebido 15, 30 ou 45 dias depois", explicou.
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O presidente da Abap diz não saber como o empresário Marcos Valério "consegue faturar sem comprovar o gasto". "Quando uma agência de publicidade envia uma fatura a um cliente, ela vai acompanhada do pedido de serviço, fatura do fornecedor, comprovante de veiculação ou comprovante de execução do serviço. Então, eu não sei como é possível que um anunciante tenha pago e deixado a comprovação para depois."
O Banco do Brasil afirmou, em nota oficial, que notificou a agência DNA extra-judicialmente para prestar contas dos R$ 9,1 milhões cujos gastos não foram comprovados. A instituição diz esperar uma resposta para adotar "medidas judiciais cabíveis".
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