A compra de títulos públicos com preços elevados, além da retirada de investimentos em shoppings no momento em que suas ações começavam a dar lucros, foram os motivos que levaram a Secretaria de Previdência Complementar a intervir, em 2001, no Portus – fundo de pensão dos funcionários da antiga Portobrás. A explicação foi dada pelo diretor financeiro do fundo, Adrei Antonio Degasperi, que depôs hoje na sub-relatoria de Fundos de Pensão da CPI dos Correios.
O Portus registrou prejuízos em 2001 e 2002 acima de 10%. A partir de 2003, conseguiu conter a onda de maus resultados e registrar lucros em suas transações. Segundo o gerente de aplicações do fundo, Alexander da Silva, que também depôs à sub-relatoria, o Portus passou a fazer aplicações somente em investimentos conservadores, como fundos de renda fixa.
Silva explicou ainda que o fundo depende de ações com alta liquidez porque precisa sacar mensalmente cerca de R$ 5 milhões para pagar os segurados. Quanto ao prejuízo de R$ 6,5 milhões do Portus em 2004, o gerente de aplicações informou que a troca de ações da empresa Energiza por títulos do banco Cruzeiro do Sul motivou a perda.
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O sub-relator de Movimentação Financeira da CPI, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), disse que, se não houver uma medida imediata por parte do governo para quitar dívidas com o Portus, hoje de R$ 1,1 bilhão, a perda dos segurados será irreversível.