Fábio Góis
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, participou neste domingo (1º) da 14ª Parada do Orgulho Gay, em Copacabana (zona sul do Rio de Janeiro), acompanhado da esposa. Parte de um casal heterossexual em meio a milharaes de pessoas com orientação sexual diferente, Minc disse em discurso de abertura que preconceito provoca câncer e “pode matar”.
“Preconceito dá câncer. Faz mal para a saúde e pode matar”, disse Minc, ex-secretário do Meio Ambiente do governador Sérgio Cabral, que também participou da parada gay. “O que cura o preconceito e a doença é a solidariedade.”
As declarações foram uma resposta ao governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB). Em programa de televisão recentemente exibido, Requião disse que o câncer de mama masculino deve ser resultado de manifestações gays públicas. Depois da repercussão negativa de suas palavras, o governador disse que sua intenção foi “explicar que o hormônio feminino e o implante de silicone podem gerar o câncer de mama”.
Em seu discurso, Minc também relembrou a troca de insultos com outro governador, André Puccinelli (Mato Grosso do Sul), que chamou Minc como “viado fumador de maconha”. Além de chamar o ministro de ‘viado’, Puccinelli também afirmou que, se Minc participasse da Meia Maratona Internacional do Pantanal, marcada para dia 11 de outubro, ele “o alcançaria e o estupraria em praça pública”.
“É uma cabeça troglodita de quem pensa como se estivesse na época da Inquisição”, disse o ministro, referindo-se ao fato de Puccinelli ter reagido de maneira ofensiva à defesa do Pantanal por Minc – que, em uma de suas respostas, disse que o governador deveria tratar o “homossexualismo” que existira dentro dele.
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Com a gestão orientada pela consciência dos dividendos que o turismo gay pode trazer ao Rio, o governador Sérgio Cabral lamentou a existência de políticos antiquados. “Não há nada mais nojento do que o preconceito. Lamento que haja político atrasado dessa maneira”, disse Cabral, que trocou beijos no alto de um carro de apoio com a esposa, Adriana Ancelmo, depois da execução do hino oficial da parada.
Para Cabral, o Rio de Janeiro se manterá como “a vanguarda dos direitos civis” no país.
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