O Partido da República não irá para a oposição, garante o líder da legenda na Câmara, Lincoln Portela (MG). De acordo com ele, até o final do ano a legenda que deixou o governo Dilma Rousseff depois da crise no Ministério dos Transportes vai continuar a “curar as feridas internas” e se preparar para as eleições municipais. Em 2012, haverá conversas para saber que posição tomar.
“Há chances de voltarmos para a base, como há chances de permanecermos independentes. E acreditamos no governo Dilma Rousseff”, afirmou Portela ao Congresso em Foco, no salão verde da Câmara na tarde desta terça-feira (26). “Agora, é pensar o partido.”
O líder do PR discorda da ideia do presidente da legenda, o ex-ministro dos Transportes e senador Alfredo Nascimento (AM), que afirma ser ruim a posição de independência. Para Nascimento, ou se é base, ou se é oposição. “É um pensamento dele, que eu respeito. Particularmente eu me sinto confortável nessa posição”, disse Portela.
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O PR, que tinha 42 deputados, perdeu quatro para o PSD, legenda recém-criada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Fusão do PL com o Prona, a sigla fez oposição ao governo Fernando Henrique (PSDB) junto com o PT e lançou José Alencar como vice na chapa com Lula na vitória das eleições de 2002.
No primeiro semestre, a revista Veja publicou reportagem relatando a insatisfação de Dilma com os aumentos nos preços das obras de infraestrutura. Empresários disseram à revista que pagavam até 5% de propina ao partido comandado pelo deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) para conseguirem vencer as licitações. Depois de semanas de crise, Alfredo Nascimento deixou o ministério. Dias depois, o PR decidiu tomar uma postura de independência em relação ao governo.
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