Após os esclarecimentos do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, a bancada do PPS na Câmara quer ouvir, nos próximos dias, mais quatro pessoas suspeitas de envolvimento na quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa. O partido encaminhou à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde o ministro da Justiça foi ouvido, requerimentos para convidar Jorge Mattoso, ex-presidente da Caixa Econômica Federal, dois assessores diretos de Thomaz Bastos, Daniel Goldberg e Cláudio Alencar, e do presidente do Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf), Antônio Gonçalves Rodrigues.
Os requerimentos, de autoria do vice-líder do PPS, deputado Colbert Martins (BA), terão de ser aprovados pela CCJ. O PPS deseja confrontar a versão dos quatro com o prestado hoje pelo Thomaz Bastos. "O ministro deu sua versão sobre os fatos e negou qualquer participação sua, e de seus assessores, na ilegalidade", afirmou o vice-líder.
"Mas o assunto ainda não ficou esclarecido. Precisamos ouvir todos os que, de uma forma ou de outra, tiveram contato com o ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, apontado pela Polícia Federal como o mandante da violação da conta bancária do caseiro", explicou Colbert.
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O PPS também quer esclarecer qual critério adotado pelo Coaf para acionar a PF quando identifica movimentações financeiras atípicas em contas bancárias, como ocorreu no caso de Francenildo. "No caso do caseiro, nos chama a atenção que o pedido de abertura de inquérito para averiguar uma possível lavagem de dinheiro na conta de Francenildo aconteceu após seu depoimento na CPI dos Bingos e no mesmo período em que sua conta foi violada e ‘vazada’ para a imprensa", frisa Colbert.
Ele lembrou que o próprio Thomaz Bastos disse na Câmara que, quando pediu à PF para investigar a quebra de sigilo, o Coaf já havia solicitado uma investigação sobre o caseiro.