O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), anunciou nesta terça-feira (22) que amanhã o partido vai pedir à Corregedoria da Câmara que investigue se existe envolvimento do deputado Luiz Argôlo (SDD-BA, ex-PP) com o doleiro Alberto Youssef, preso durante a Operação Lava Jato da Polícia Federal. Reportagem da revista Veja desta semana revela troca de mensagens entre o doleiro e uma pessoa identificada como “LA”, que cobra entrega de dinheiro. Ao perguntar o endereço da entrega, Yousef recebe como resposta a mesma localização do apartamento funcional de Argôlo: apartamento 603 do bloco H da quadra 302 Norte, em Brasília.
Rubens Bueno quer que a Corregedoria tome o depoimento de Argôlo e apure se houve quebra de decoro parlamenta. “O caso é grave e não pode passar em branco. O deputado precisa se explicar na Corregedoria, respeitado o amplo direito de defesa”, afirmou o líder do PPS, em comunicado à imprensa. “De qualquer forma, assim como está ocorrendo no caso do deputado André Vargas [PT-PR], uma investigação tem que ser aberta. É isso que vamos cobrar da corregedoria.”
Citando documentos da PF, a revista afirma que, em mensagem de 16 de setembro do ano passado, LA reclama e diz estar preocupado. Youssef responde: “Estou sacando a primeira parte… já está ok a segunda depende de favor banco (…) Estou resolvendo para cumprir hoje”. Pouco depois, LA cobra mais uma vez: “E aí????”. “Meninos foram para o banco agora.”, responde o doleiro, de acordo com o relato da revista.
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“Veja” ainda afirma que, em março, Youssef atendeu a um pedido de “LA” ao anunciar ter transferido R$ 120 mil para Vanilton Bezerra, exatamente o chefe de gabinete de Argôlo.
Ilação
Em respostas à revista, Argôlo negou ser o “LA” mencionado. Em nota, afirmou não ter recebido “supostos pedágios direcionados a detentores de mandatos federais”. Tudo é ilação, segundo disse à publicação. “Estranho as divulgações acerca de depósito indevido em conta de um assessor de meu gabinete”, disse o deputado. O assessor Vanilton Bezzerra assim respondeu sobre os R$ 120 mil, ainda de acordo com “Veja”: “Não estou sabendo disso”.
Rubens Bueno diz que as negativas não são suficientes para afastar uma apuração da Corregedoria. “Apesar do deputado negar envolvimento com o doleiro, há indícios fortes de negócios entre os dois. Tudo isso precisa ser explicado na corregedoria da Câmara”, afirmou.
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