O Congresso Extraordinário do PPS aprovou agora há pouco, por 210 votos a seis, a fusão com o PMN e PHS para a criação da Mobilização Democrática (MD), partido que nascerá com 27 deputados federais (22 eleitos pelo PPS, 3 pelo PMN, e 2 pelo PHS). O novo partido ocupará a posição de sexta maior bancada da Câmara. O PMN e o PHS também aprovaram neste sábado a união das três legendas. Com isso, os partidos superam a clásula de barreira. A fusão ainda depende da aprovação final no Congresso conjunto dos três partidos neste domingo (19) e a ratificação final feita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A MD também contará com um senador, dois governadores (RO e MT – eleitos pelo PPS)), três vice-governadores (TO e MA, pelo PPS, e AM – pelo PMN), 81 deputados estaduais (42 eleitos pelo PPS, 32 pelo PMN e 7 pelo PHS), 367 prefeitos (307 do PPS, 31 do PMN, e 29 do PHS), além de quase quatro mil vereadores.
O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, que também presidirá o novo partido, disse que a MD não será um "ajuntamento para ajudar o governo", apontando o caminho de oposição que a legenda tomará. E foi enfático ao lamentar que existe na sociedade brasileira um sentimento para que o número de partidos seja diminuído, de forma que "ganhando uma ou outra grande força política, nada mude de verdade, como acontece com o PT e o PSDB e sua política econômica". Participaram do congresso do PPS 216 delegados de todos os estados e do Distrito Federal.
A secretária-geral do PMN, Telma Ribeiro dos Santos, disse que a MD nasce com a proposta de um projeto de desenvolvimento para o país, em que as três siglas não serão apenas coadjuvantes do processo político-eleitoral mas também agentes da transformação.
Já o presidente do PHS, Paulo Roberto Matos, disse que está confiante de que a MD será um partido de caráter nacional e irá representar uma nova alternativa política para o país. "Tenho fé que estamos construindo algo decente na política brasileira".
Freire disse ainda que o novo partido manterá o espírito de luta. "Nunca sucumbimos aos programas tipo bolsa família como solução para os problemas sociais, desde os tempos em que eles eramusados pelos coronéis". O presidente afirmou ainda que não acredita na vangarda do atraso, numa referência a vitória de Lula nas últimas eleições.
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Neste domingo (19), delegados, dirigentes e militantes dos três partidos participam de um congresso conjunto para oficializar a criação da Mobilização Democrática (MD), eleger sua direção nacional, aprovar estatuto, programa e manifesto, bem como definir o número do novo partido. O evento acontece das 10h às 14h, no auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados.
Antes da reunião, o PPS vai negociar com as outras legendas mudanças na proposta de estatuto. Freire disse que a maioria das modificações ocorrerá no primeiro Congresso Nacional a ser realizado em julho de 2007, mas alguns pontos polêmicos podem ser alterados já. Um deles por exemplo, é o processo de escolha das direções estaduais.
Após oficializada a fusão entre PPS, PMN e PHS, a Mobilização Democrática (MD), partido que surgirá da união das três forças políticas, terá o mesmo tempo de televisão das grandes legendas do país, como PT, PMDB, PSDB e PFL. Serão 20 minutos semestrais de veiculação partidária e mais 40 minutos de inserções nos intervalos comerciais das redes de televisão. Nos estados também estará garantido o mesmo tempo para a propaganda partidária estadual.
Outra vantagem é o tempo garantido para o horário eleitoral. Segundo estimativas da direção nacional do PPS, o novo partido (considerando-se seus 27 deputados federais) já largará com 1 minuto e 22 segundos, que será acrescido do tempo resultante da divisão entre as legendas que disputarão um pleito. Ou seja, quanto maior a coligação mais minutos de TV e, quanto menos partidos disputarem, por exemplo, um cargo majoritário, maior espaço terá a Mobilização Democrática no horário eleitoral.
Outra vantagem da fusão, segundo o PPS, entre as três legendas é a garantia de representação partidária em todos os legislativos do país. Em cada câmara de vereadores, assembléia e no Congresso a Mobilização Democrática assegurará estrutura partidária, por meio de gabinetes de liberanças, e voz ativa no parlamento, o que é vedado aos partidos que não superam a cláusula de barreira.