Embora tenha retirado da CPI da Petrobras dois deputados federais investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento no esquema de corrupção da estatal descoberto pela Operação Lava Jato, o PP manteve na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dois outros parlamentares igualmente citados no escândalo petrolão.
O ex-ministro das Cidades e deputado Aguinaldo Ribeiro (PB) foi eleito como vice-presidente da CCJ. O órgão já tinha como presidente Arthur Lira (PP-AL), também citado como beneficiário do esquema de corrupção. Os dois teriam recebido repasses de valores mensais fruto do esquema de corrupção na Petrobras. Mas a eleição de Ribeiro ocorreu de forma apertada. Ele teve 28 votos a favor e 26 votos em branco que, na prática, foram votos contrários à promoção do ex-ministro à condição de vice-presidente da CCJ.
O líder do PSB, deputado Júlio Delgado (MG), defendeu que o presidente da comissão, deputado Arthur Lira (PP-AL), eleito no último dia 4, e o 1º vice se declarassem impedidos de exercer os cargos por estarem na lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Arthur Lira se defendeu e disse que não vai deixar a CCJ: “Não sinto nenhum constrangimento, nenhum impedimento moral ou legal, e não faria no Congresso uma atuação de meio mandato”, afirmou o parlamentar.
Leia também
Por sua vez, Aguinaldo Ribeiro comentou que nada tem a temer. “Irei aguardar o momento oportuno para me pronunciar, só adianto que, em 2010, eu era deputado estadual e nem era conhecido nacionalmente”, afirmou no final de semana, após a divulgação da lista de Janot. “Prefiro aguardar o teor do inquérito, não tenho nada a temer e, acima de tudo, defendo a investigação de todas as denúncias”, completou o 1º vice da CCJ.
Antes das decisões da CCJ, o PP havia determinado que os deputados Lázaro Botelho (TO) e Sandes Júnior (GO) pedissem licença da CPI.
Com informações da Agência Câmara