O Conselho da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) rejeitou nesta manhã a proposta de pedir imediatamente o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A proposta foi levantada pela conselheira Elenice Carille, do Mato Grosso do Sul, e seria discutida pelas delegações dos 22 Estados presentes na reunião.
A maioria dos conselheiros, contudo, considerou não ser este o momento oporttuno para ingressar com processo de impedimento na Câmara. “Seria uma aventura sair com um processo de impedimento sem conhecer todos os fatos”, afirmou Luiz Gomes, conselheiro pelo Rio Grande do Norte.
“Neste momento sim (seria uma aventura), não temos uma posição concreta dentro da casa sobre as denúncias que estão sendo veiculadas”, afirmou o presidente da OAB, Roberto Busato.
OAB acompanhará as investigações
A OAB decidiu hoje criar uma comissão constituída por cinco integrantes para acompanhar as investigações das CPIs. A ordem vai buscar apoio de outras entidades da sociedade, como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Associação Brasileira de Imprensa(ABI), e o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), por exemplo.
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Sem o apoio de outras entidades, a OAB acredita que não haverá condições para levar adiante o processo de impeachment. “Falta o clamor popular. Na parte jurídica, já há indícios suficientes contra o presidente. Não são nem indícios, são quase certezas”, afirmou Busato. “É evidente que impeachment é uma medida amarga que depende da vontade popular”, reiterou o presidente da OAB.
Na avaliação de Busato, o que sustenta o presidente neste momento é a sua popularidade nas pesquisas de opinião. “Se o presidente não tivesse esta mística (de ter lutado pela ética e moral na política) e essa popularidade, teria o mesmo efeito do Collor (Fernando Collor, primeiro presidente que sofreu impeachment no Brasil)”.