A grade de proteção da Assembleia Legislativa do Amapá virou um grande varal nesta quinta-feira (4). Dezenas de manifestantes penduraram paletós, camisas, cuecas e outras peças de roupa como doação aos deputados estaduais. O ato é um protesto bem-humorado contra um projeto de lei aprovado a toque de caixa, no fim de dezembro, que garante aos parlamentares amapaenses dois novos benefícios: um “subsídio natalino”, espécie de 14º salário a ser pago em dezembro, e um “subsídio adicional”, também apelidado de “auxílio-vestimenta”, sem valor definido.
Pelo texto aprovado, o novo auxílio para a compra de roupas será pago em fevereiro para custear despesas dos deputados com a “confecção e manutenção de vestuário condigno com o exercício do mandato”.
Diante dos protestos que pedem a derrubada dos novos auxílios, o governador Waldez Góes (PDT) declarou à imprensa local que não tinha conhecimento da proposta e que vai vetá-la na íntegra.
Além se indignarem com o conteúdo da proposta, os eleitores também se irritaram com a forma célere e pouco transparente com que o projeto avançou na Casa. A proposição foi elaborada, apresentada e votada nas comissões e no plenário em apenas dez dias, entre 18 e 28 de dezembro, entre o Natal e as festas de Ano Novo.
Somados o salário e os benefícios atrelados ao mandato, cada deputado estadual do Amapá tem direito a cerca de R$ 60 mil por mês. Desse total, R$ 25.332,25 são apenas de salário. Os parlamentares dispõem, ainda, de uma cota de quase R$ 35 mil para despesas com combustível, alimentação, serviços de consultoria, publicidade, aluguel, entre outros.